Especialista explica importância de abordar sinais e tratamentos do espectro autista, principalmente durante o abril azul
Redação Publicado em 04/04/2024, às 06h00
O abril azul foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas, ONU, como uma forma de conscientizar as pessoas sobre o autismo, assim como dar visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, uma em cada 160 crianças no mundo tem TEA.
O autismo pode ser identificado ainda nos primeiros anos de vida, embora o diagnóstico de um profissional seja dado apenas entre os 4 e 5 anos de idade. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o TEA é um transtorno de desenvolvimento neurológico, caracterizado pela dificuldade de comunicação e/ou interação social.
Algumas características como: dificuldade de interação social, dificuldade em se comunicar, hipersensibilidade sensorial, desenvolvimento motor atrasado e comportamentos repetitivos ou metódicos podem identificar a presença do TEA.
Segundo a médica da família, Marina Manfrim, o autismo funciona em níveis, ou seja, ele pode se manifestar de forma leve até uma forma mais severa. Esse diagnóstico detalhado será dado por um profissional da saúde.
Os sinais de autismo em crianças podem ser identificados nos primeiros meses de vida, uma vez que estão associados aos marcos típicos do desenvolvimento infantil. “Esses marcos representam fases normais nas quais se espera que a criança experimente, aprenda e progrida. A definição é resultado do estudo e da expertise de especialistas em desenvolvimento infantil”, explica Marina.
Além disso, a especialista alerta que é fundamental lembrar que cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento e abordagens únicas de aprendizado. “Nem sempre um atraso no desenvolvimento quer dizer que a criança tenha autismo. O que a família pode observar são os sinais típicos do autismo na infância, que principalmente afetam o desenvolvimento social e a comunicação", destaca.
O diagnóstico do autismo é feito por profissionais especializados, com base na observação dos sintomas e no histórico do desenvolvimento da criança. Um diagnóstico precoce é fundamental para garantir que a criança receba a intervenção e o suporte adequados.
O diagnóstico é feito pelo médico e também pelo neuropsicólogo, avaliando aspectos do comportamento da criança. “Para se chegar ao diagnóstico final e fechar o laudo, são utilizados instrumentos de medida/avaliação validados cientificamente", acrescenta Marina.
Cada criança com autismo é única, e suas experiências e desafios variam. É fundamental respeitar e valorizar sua individualidade. O respeito pela neurodiversidade é uma parte importante da compreensão do autismo na infância e ao longo da vida.
“A sociedade está cada vez mais consciente da importância sobre a inclusão de crianças com autismo e, por isso, escolas e comunidades devem trabalhar para criar ambientes inclusivos em que todas elas tenham a oportunidade de aprender e crescer”, finaliza a médica.