Entenda a Síndrome de Asperger que está dentro do TEA, Transtorno do Espectro Autista
Redação* Publicado em 18/02/2024, às 13h00
No dia 18 de fevereiro é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Asperger desde o ano de 2007. A data visa destacar a importância da integração das pessoas com a Síndrome de Asperger na sociedade, sensibilizar a população para esta condição, sua relação ao espectro do autismo e o seu impacto nos indivíduos que com ela vivem.
Segundo a pediatra Nathalia Vianna a Síndrome de Asperger é um transtorno do neurodesenvolvimento, hoje inserido, segundo o DSMV nos transtornos do espectro do autismo, caracterizada por dificuldades significativas na interação social e apresenta peculiaridades na comunicação, além de padrões de comportamento repetitivos e interesses restritos. Pode-se diferenciar do chamado outrora de Autismo Classico, principalmente por não apresentar atraso no início da fala e ter o cognitivo preservado.
“As causas da Síndrome de Asperger , assim como todo o espectro do autismo, ainda não são totalmente compreendidas. Sabemos que existe, necessariamente, uma base genética e que, fatores ambientais contribuem para a a expressao da sindrome ”, explica a especialista.
Diferentemente do autismo clássico, a Síndrome de Asperger não apresenta deficit cognitivo nem dificuldade no início fala e, por isso, os primeiros sintomas e sinais do distúrbio costumam ser ignorados pelos pais. Porém, ao contrário do que muitos pensam, nao têm, necessariamente, altas habilidades ou superdotação.
Esses sintomas e sinais podem aparecer nos primeiros anos de vida da criança, mas raramente são valorizados pelos pais como algo negativo, especialmente se as manifestações forem leves. “A grande maioria dos diagnósticos é feita na fase escolar, quando a dificuldade de socialização, considerada a característica mais significativa do trantorno, manifesta-se com maior intensidade, juntamente com o desinteresse por temas que não se relacione com seu hiperfoco ”, ressalta.
Separamos algumas características das pessoas com a síndrome:
- Dificuldades de compreender emoções, manter contato visual, compreender expressões faciais e gestos, e dificuldades em desenvolver e manter amizades.
- Dificuldade em compartilhar situações ou brincadeiras com outras pessoas, o que chamamos de atenção compartilhada.
- Interesses intensos em assuntos específicos, adesão a rotinas ou rituais, e comportamentos repetitivos.
- Muitas pessoas com Síndrome de Asperger apresentam incoordenação motora, o que pode afetar tanto habilidades motoras finas quanto grossas. Apesar de não fazer parte dos critérios de diagnóstico, são sinais bastante comuns.
- Peculiaridades na fala e na linguagem.
- Comportamento social e emocionalmente impróprio e problemas de interação social.
- Dificuldades em relacionamentos – sente dificuldade em fazer amigos, conseguir parceiros
- Às vezes, pessoas com SA podem ser consideradas rudes, frias nos seus comportamentos, mas na verdade é só seu modo de tentar reagir ou entender ações.
- Apresentar dificuldade em compreender as mensagens transmitidas por meio da linguagem corporal, não consegue “ler” as intenções do outro.
- A interpretação literal é outro traço comum, tendo dificuldade em identificar ironias, gírias, sarcasmo e metáforas.
Vale ressaltar que não existe cura. O objetivo com as terapias propostas é diminuir os prejuízos a fim de ter qualidade de vida . “O tratamento ideal inclui terapias que abordem , de forma individualizada, as competências em que a pessoa apresenta prejuízos, seja nas habilidades sociais, emocionais, comunicação, coordenação motora, o foco está na personalização do tratamento ”, finaliza a especialista.