Mariana Kotscho
Busca
» GESTAR

Novas formas de famílias sob olhar da Medicina Reprodutiva

Num mundo cada vez mais diverso é essencial reconhecer a legitimidade dos laços afetivos para proteger todas as formas de famílias, diz especialista

Redação Publicado em 02/10/2024, às 06h00

A família ideal é aquela com amor, afeto, respeito
A família ideal é aquela com amor, afeto, respeito

Conceito de “nova família” leva em conta diferentes modelos de relacionamentos como as famílias monoparentais, homoafetivas, recompostas, adotivas e plurais. Todas reconhecidas na sociedade como legítimas expressões de amor e compromisso, merecendo o mesmo respeito e proteção da família tradicional.

“Podemos incluir ainda a Produção independente masculina ou feminina. Com dois pais, uma mãe. Ou duas mães e um pai. Onde o envolvimento amoroso pode existir ou não ser necessário. O que importa e une essas pessoas são o desejo de ser pai ou mãe e criar uma criança”, afirma o Dr. Alfonso Massaguer, especialista em Reprodução Humana da Clínica Mãe.

De acordo com o médico, a medicina reprodutiva evoluiu para dar oportunidades a essa nova família de realizar o sonho de toda a pessoa que deseja ter um filho.

A evolução das técnicas de reprodução assistida permite promover a inclusão de todos os modelos familiares na jornada pela geração de um filho. “Todas as novas formas de famílias são modelos legítimos de laços afetivos de proteção e ajuda. São pessoas que se identificam entre si e se amam e demandam o mesmo tratamento e proteção dados à família formada por um casal heterossexual. A medicina reprodutiva abraçou essa nova família e acolheu os seus sonhos”, afirma Massaguer.

O médico ressalta que esse movimento não se restringe apenas a casais homoafetivos. “Atualmente, todas as novas formas de família levam em conta a afinidade e união em prol de um objetivo comum, que é o de ter um filho e fazer o melhor para este novo ser humano”, completa.

Veja também

O Dr. Alfonso Massaguer explica como a medicina reprodutiva desenvolveu técnicas que conseguem hoje atender aos casais na jornada da geração de um filho por meio da Fertilização In Vitro. O médico destaca as diferenças nos procedimentos de fertilização entre Casais Homoafetivos masculino e feminino.

Casais homoafetivos femininos

Segundo o Dr. Alfonso, para casais homoafetivos femininos, existem duas opções de reprodução assistida:

  1. Inseminação Intra-Uterina (IIU): Uma das parceiras passa por indução da ovulação e recebe sêmen de um doador anônimo através de um banco de sêmen.
  2. Fertilização In Vitro (FIV): O óvulo de uma parceira é fecundado com espermatozoide doado. A gravidez pode ser levada pela mesma parceira ou pelo útero da outra, permitindo a participação de ambas no processo.

Casais homoafetivos masculinos

Já para casais homoafetivos masculinos, segundo o especialista, a única opção é a FIV, que requer uma doadora de óvulos anônima e uma doadora temporária de útero, conhecida como barriga solidária. Esta deve ser um membro da família de um dos parceiros, conforme as normas do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Na percepção do Dr. Alfonso Massaguer, as famílias contemporâneas são reflexo da sociedade atual, rica em diversidade e possibilidades. Segundo ele, reconhecer essas novas configurações é um passo essencial para a inclusão e igualdade. “É fundamental que todas as famílias, independentemente de sua composição, tenham acesso igualitário às tecnologias e direitos reprodutivos. O amor e o desejo de formar uma família não conhecem barreiras”, conclui.