Psicóloga explica o impacto emocional de tragédia aérea e oferece orientações para a população lidar com a perda após o acidente da Voepass
Redação Publicado em 18/08/2024, às 06h00
A tragédia envolvendo o avião da Voepass em Vinhedo-SP abalou profundamente não apenas os familiares das vítimas, mas também toda a comunidade. Eventos como esse nos lembram da fragilidade da vida e do impacto devastador que uma perda repentina pode causar. Enfrentar o luto após uma tragédia dessa magnitude é um processo complexo e doloroso, que exige tempo, apoio e compreensão.
A psicóloga Nina Castrezana, especialista em luto e traumas, destaca que o primeiro passo para enfrentar essa dor é aceitar os sentimentos que surgem. "O luto é uma reação natural à perda, e cada pessoa lida com ele de maneira diferente. É importante permitir-se sentir tristeza, raiva, confusão e até mesmo culpa, sem se julgar. Reconhecer essas emoções é essencial para começar a processá-las", explica a psicóloga.
A comunidade de Vinhedo, assim como outras localidades afetadas por tragédias semelhantes, também sente o impacto coletivo do luto. "Quando uma tragédia dessa natureza ocorre, as pessoas acabam se identificando com esse sofrimento porque elas conseguem ter uma maior empatia de que poderia ter sido com elas. Mesmo aqueles que não perderam entes queridos podem experimentar uma sensação de vulnerabilidade e insegurança. É comum que a população se una em solidariedade, buscando forças no apoio mútuo", comenta Nina.
Para aqueles diretamente afetados pela perda, a psicóloga recomenda buscar redes de apoio. "Conversar com amigos, familiares ou até mesmo participar de grupos de apoio pode ser extremamente benéfico. Compartilhar a dor com outros que estão passando por situações semelhantes ajuda a sentir-se compreendido e menos sozinho."
Além disso, é fundamental considerar o apoio profissional, especialmente se o luto se prolongar e começar a interferir significativamente na vida diária. "Se os sentimentos de tristeza, ansiedade ou desespero se tornarem paralisantes, é hora de procurar ajuda psicológica. A terapia pode fornecer ferramentas para lidar com a perda e, eventualmente, encontrar um caminho para seguir em frente", aconselha Nina Castrezana.
Por fim, a psicóloga ressalta que o processo de luto não tem um prazo definido. "Cada pessoa tem seu próprio ritmo. O importante é ser paciente consigo mesmo e entender que a dor pode não desaparecer completamente, mas com o tempo, ela pode se tornar menos intensa, permitindo que memórias e sentimentos positivos voltem a fazer parte da vida."