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Férias escolares em São Paulo: há opções de lazer, para além, das telas e shoppings

O período sem aulas deve ter uma diversão fora das telas

Viviane Danieleski* Publicado em 04/01/2024, às 06h00

É importante fazer atividades para além das telas no período sem aulas
É importante fazer atividades para além das telas no período sem aulas

As férias escolares são um momento de diversão e descanso para crianças e adultos (alguns, entendem a missão de ter que preencher o ócio, uma fonte de estresse). No entanto, para muitos pais, esse período também pode ser um desafio, pois é preciso encontrar atividades que sejam interessantes e adequadas para a idade das crianças. A opção mais fácil é colocar um tablet ou celular na mão das crianças, levá-las a um shopping center ou a um restaurante. No entanto, essas opções podem ser inviáveis para famílias numerosas ou para quem não tem condições financeiras e independente da questão social, restringir as atividades dos pequenos às telas ou shoppings é comprometer o desenvolvimento, a socialização das crianças e cooperar para formação de um indivíduo consumista.

Os paulistanos, apaixonados pela cidade, sabem que, apesar de haver atividades e passeios voltados ao consumo, há uma gama de atividades que podem ser feitas sem pensar nisso.

Podemos explorar a cidade de São Paulo nas coisas que ela já oferece gratuitamente, como andar pelas avenidas e aparelhos públicos, fazer um passeio pela Biblioteca Mário de Andrade, visitar pontos culturais no centro, como o Centro Cultural Banco do Brasil, a Pinacoteca do Estado, o MASP, o MAC e outros museus espalhados pela cidade… há dias específicos em que as crianças (e adultos) podem visitar os museus de forma gratuita.

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É importante, inclusive, apreciar os deslocamentos, por exemplo, o norte-sul em São Paulo, mostrar para as crianças, para além das férias, a riqueza da cidade, durante rotina casa-trabalho ou trabalho-casa. Quem não irá viajar não pode ter a permanência em São Paulo como algo entendiante ou oriundo da falta de recursos, punição, ou castigo.  Por conta disso, durante os deslocamentos, comece a criar histórias com as crianças, que as levarão ao ápice de sua criatividade e valorização do entorno. Esta prática não usual, disruptiva, afasta a escolha comum de destacar os pontos ruins da metrópole: como a violência, poluição ou trânsito.  Mas, mostre o lúdico também, há verde, ainda que remanescente, mostre que há vida, há quem explore a cidade de São Paulo andando de patinete e bicicleta, há monumentos, há história, há arquitetura, há arte, há vida e vida inteligente a ser apreciada.

Proponho que, nestas férias, incentivemos as crianças a explorarem a cidade, seja a pé ou não. Uma a das coisas que também gosto de fazer é ir ao parque, como o Ibirapuera ou o Horto Florestal, levar um caderno, papel e lápis, e fazer desenhos de observação. Isso me ajuda a lidar com minhas emoções e a me conectar com o ambiente ao meu redor. Quando saio para desenhar com alguém, é ainda mais divertido, pois trocamos ideias, desenhos e impressões sobre o que estamos vendo. É uma forma de sair da rotina da televisão e das redes sociais, e aproveitar a oportunidade de se comunicar e conviver com a diversidade que a cidade nos proporciona.  

Se você não tem uma criança para levar, leve sua criança interior… pegue um livro e faça uma leitura em algum parque ou em algum SESC, que normalmente estão abertos para visitação. Esses espaços são perfeitos para fazer caminhadas, andar de bicicleta, jogar bola ou simplesmente relaxar. Aproveite essas férias para fazer algo diferente. Lembre-se de que não somos produtos a serem consumidos. Temos o direito de fruir a cidade, de aproveitar o que ela tem de melhor a oferecer. Aproveite essas férias para entrar em contato com o que há de mais humano e construir momentos especiais com sua família.

Sobre a autora

Viviane Danieleski
Viviane Danieleski

Viviane Danieleski é escritora, advogada contratual, empresarial e tributária, gestora estratégica, coordenadora do curso de Direito da Universidade Ibirapuera, tutora EAD e professora de pós-graduação e graduação. Autora do livro infanto juvenil “O mistério do sono profundo”