Prática de depilação íntima favorece o crescimento de micro-organismos e causa maior corrimento vaginal, facilitando o aparecimento de doenças
Redação Publicado em 22/03/2023, às 06h00
As brasileiras são conhecidas mundialmente por estarem sempre inovando na depilação íntima. Por causa do clima tropical e da frequência nas praias, existe uma expectativa de que as virilhas estejam sempre livres de pelos - o que nem sempre é positivo para a saúde.
“A depilação íntima completa total favorece o crescimento de micro-organismos e causa maior corrimento vaginal, facilitando o aparecimento de doenças”, afirma Dra. Anaísa Dantas, ginecologista, obstetra e membro da AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil).
Segundo ela, os pelos pubianos servem para proteger do atrito, como em uma caminhada ou mesmo durante uma relação sexual, além de ajudar a absorver o suor produzido e criar uma barreira contra diversas bactérias. “Não ter pelos na região pode levar a doenças como celulite infecciosa e infecção bacteriana nos lábios. O fato de a pele ter sofrido danos durante a depilação também deixa a pessoa mais vulnerável a herpes e verrugas genitais (HPV)”, detalha a especialista.
A médica destaca ainda que pode haver transmissão de doenças se as medidas de higiene do local em que se faz a depilação não estiverem sendo cumpridas. Nos procedimentos de depilação, as ceras, de maneira nenhuma, podem ser reaproveitadas, podendo ser um veículo de contaminação da pele e folículo pilossebáceo.
“Normalmente, as infecções mais comuns são as bacterianas por contaminação local, na hora da depilação. Pode ocorrer infecção por um protozoário chamado trichomonas vaginalis, o que pode causar corrimentos”, ela reforça.
Dra. Anaísa lembra que a depilação é algo muito pessoal, que deve atender as necessidades de cada um. “Entretanto, é importante avaliar se a questão estética compensa mais do que colocar em risco a saúde”, finaliza ela.
A AMCR -- Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil -- é uma entidade sem fins lucrativos, suprapartidária. Fundada em março de 2021, pela médica ginecologista, Prof. Dra. Marise Samama, possui 42 associadas, pós-graduadas da área da saúde, distribuídas em todas as regiões do Brasil. A associação é fruto da vontade dessas mulheres (cientistas, médicas, biomédicas e profissionais de saúde), que defendem a igualdade de oportunidade entre gêneros, reconhecimento e valorização da mulher e da ciência e atuação das mulheres nas áreas de saúde feminina e Reprodução Humana. Para saber mais informações, acesse o site.
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