O nefrologista Henrique Carrascossi fala sobre a importância do dia; mais de 50 mil pessoas esperam por um novo órgão
Redação Publicado em 27/09/2022, às 06h00
Celebrado anualmente em 27 de setembro, o Dia Nacional da Doação de Órgãos tem como objetivo conscientizar a população sobre como este ato pode proporcionar o prolongamento da expectaviva de vida de pessoas que precisam de um transplante. Segundo o nefrologista Henrique Carrascossi, no caso dos rins, a doação pode até mesmo ser uma questão de sobrevivência para quem recebe o órgão.
Com os rins ainda existe a possibilidade de se doar um dos órgãos e manter uma vida normal. A única responsabilidade é de que ao possuir apenas um órgão, este passará a cumprir o papel do que foi doado, o que requer mais atenção a alguns cuidados com a saúde, como manter uma alimentação equilibrada e uma rotina regular de exercícios físicos, além de não fumar e evitar bebidas alcoólicas”, explica o nefrologista.
Outro importante fator de discussão durante a data é a necessidade de conversar com amigos e familiares sobre como se tornar um doador de órgãos após o falecimento, pois a Lei de Transplantes no Brasil estabelece que a família será a responsável pela decisão final, não tendo mais valor a informação de doador ou não doador de órgãos, registrada no documento de identidade.
“Além dos rins, para um indivíduo vivo também existe a possibilidade de se doar parte do fígado, parte dos pulmões e medula óssea. Já um doador não vivo pode doar coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino, além de córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e artérias.”, comenta Carrascossi.
O especialista diz que, pela lei, qualquer pessoa maior de idade e capaz juridicamente pode doar órgãos a seus familiares, porém, no caso de doador vivo, mas não aparentado, é exigida autorização judicial prévia. “Após esse processo, o médico responsável irá avaliar a história clínica da pessoa e doenças prévias. A compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos.”
Dessa forma, é imprescindível que o assunto seja cada vez mais discutido entre a sociedade, para que pessoas em situação de risco de vida recebam a ajuda necessária. “Muitas vezes, o transplante de órgãos é a única esperança de vida ou oportunidade de um recomeço para os pacientes que precisam”, diz o nefrologista.