Mariana Kotscho
Busca
» DROGAS E ADOLESCENTES

O que leva os jovens a usar drogas

Saiba alguns fatores que levam os jovens a experimentar e usar drogas

Milton Mussini* Publicado em 18/08/2022, às 06h00

Diversos fatores podem levar menores de idade a experimentar drogas
Diversos fatores podem levar menores de idade a experimentar drogas

Uma pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), antes do início da pandemia, revelou números preocupantes quanto a experimentação e o uso de drogas por jovens em fase escolar, ou seja dos 13 aos 17 anos, da rede pública e particular do Brasil.

Veja um resumo dessa pesquisa:

  • O percentual de escolares entre 13 e 17 anos que já experimentaram bebida alcoólica é de 63,3%.
  • Mais de um terço dos escolares nessa faixa etária (34,6%) havia experimentado ao menos uma dose antes dos 14 anos.
  • Dos escolares que experimentaram bebidas alcoólicas, 47% revelaram ter tido episódios de embriaguez.
  • A principal forma de obtenção de bebida foi em uma festa (29,2%), seguida por compra em mercado (26,8%).
  • Cerca de 22,6% dos escolares haviam experimentado cigarro. Para 11,1%, a experimentação ocorreu antes dos 14 anos.
  • 28,1% haviam bebido pelo menos uma dose nos últimos 30 dias antes da pesquisa.
  • 13% dos estudantes haviam experimentado algum tipo de droga ilícita, como maconha, cocaína, crack e ecstasy. (fonte IBGE)

Esses dados realmente nos deixa em alerta, pois o consumo é crescente e nos faz acreditar, cada vez mais, que a prevenção é o melhor caminho e deve ser intensificada entre pais e educadores, através da propagação das informações e do conhecimento.

Mas o que leva os jovens a querer experimentar e usar drogas? Vejam os principais fatores de drogadição, ou seja, fatores que levam os jovens a usar drogas:

1) Curiosidade

A curiosidade é uma característica forte e presente do ser humano. Muito importante quando se fala em aprendizado, a curiosidade pode ser considerada a grande força que arrancou o homem da idade da pedra para colocá-lo no lugar em que se encontra hoje. Porém nem tudo é positivo. A curiosidade, pode levar o Homem a fazer ou experimentar situações perigosas, como por exemplo, às drogas.

 O importante é, quando estamos educando e formando uma criança, mostrar que tem coisas que não precisamos fazer, para saber o seu resultado. Por exemplo, você não precisa se jogar de cima de um muro, pois sabe que vai se machucar; você não precisa experimentar substancias nociva a saúde, pois sabe que são perigosas. Devemos minimizar a curiosidade com diálogo e exemplos marcantes.

2) Falta de conhecimento 

Apesar de termos a nossa disposição e na palma da mão, através da Internet, um Universo de informações e pesquisas sobre os mais variados temas, é comum as pessoas passarem horas na frente do computador ou do celular, vendo postagens banais e que não acrescentam nada na vida das delas, sendo que se pudessem estar pesquisando e se informando adequadamente, estaríamos construindo uma sociedade mais integrativa e com conhecimento.

Por não saber falar sobre drogas com seus filhos, os pais preferem não conversar sobre o tema com eles, acreditando que os jovens já sabem o suficiente e, portanto esse problema não vai entrar na sua casa. Talvez esse seja o principal erro e que leva os jovens à experimentação de forma tão precoce.

Se informar para educar!

Veja mais 

3) Aceitação no grupo 

Por mais que as redes sociais façam parte da vida dos jovens, estas, não socializam os mesmo, pois o que vemos na prática é uma carência afetiva muito grande por parte dos adolescentes e por consequência uma necessidade de estar inserido ou pertencer a um determinado grupo. Assim, para se sentirem aceitos por esse grupo, o jovem é capaz de fazer qualquer coisa, inclusive começar a usar drogas, para ser “um deles”.

O isolamento cibernético, ou seja, os jovens ficam horas “plugados” em seus smart fones e computadores e a distância entre pais e filhos, mais precisamente a falta de diálogos entre eles, vem deixando os jovens cada vez mais ansiosos e carentes de afeto e vão suprir essa falta, nas “ruas”.

4) Relacionamento entre pais e filhos 

Talvez um dos principais fatores de drogadição seja a falta de dialogo e aproximação entre pais e filhos. Devido ao mundo corrido em que vivemos, onde, com as benécias da tecnologia, cada vez mais fazemos mais coisas em menos tempo, os pais acabam por deixar o contato e o diálogo com os filhos em segundo plano, tendo como desculpa, que eles já sabem tudo, aprendem na internet, etc.

Ao longo desses 27 anos fazendo palestras e conversando com jovens, a principal queixa é o relacionamento com seus pais, dizendo que eles não tem tempo para eles, que eles não o entende e que não sabem responder seus questionamentos. E osp ais por sua fez, dizem que seus filhos só pensam em internet e que não tem como dialogar com eles, pois estão o dia todo na frente do celular.

Ora, quem é o adulto nessa história? Cabe aos pais se empenharem para diminuir essa distância e aquecer essa aproximação. #ficaadica!

5) Exemplos na família 

Um estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina, aponta que mais da metade dos jovens que fazem uso de drogas lícitas e ilícitas, o fazem pois os pais também são usuários. Assim, com o convívio diário e familiar com as drogas, acabam se tornando usuários também.

Pais! Eduquem pelo exemplo.

6) Facil acesso 

Independente se é droga lícita (álcool e cigarro) ou ilícitas (maconha, cocaína, crack e sintéticas) é inegável o fácil acesso é um fator presente entre elas e os jovens.

É proibido vender bebida alcóolicas para menores de 18 anos em nosso país, mas tenho certeza que se você der dinheiro suficiente para a sua filha comprar uma garrafa de pinga no primeiro boteco que encontrar, ela vai trazer a bebida para você. Ai vemos dois erros gravíssimos, primeiro o comerciante de vender a bebida e segundo o pai mandar sua filha ir comprar.

Com as drogas ilícitas não é diferente, estão por toda parte e os jovens sabem exatamente onde adquiri-las.

Esses foram alguns dos principais fatores de drogadição presentes no dia a dia da nossa sociedade. É importante conhece-los, mas acima de tudo não permitir que esses fatores influenciem a vontade dos nossos filhos.

Amem seus filhos e pratiquem esse amor diariamente!

*Milton Mussini é policial civil, especialista em prevenção às drogas, escritor e palestrante. www.miltonmussini.com.br