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A importância da educação e prevenção às drogas

Um dos principais fatores do uso de drogas na adolescência é a falta de informação

Milton Mussini* Publicado em 05/08/2022, às 15h01

Capa do livro "Drogas, Pais e Filhos" de MIlton Mussini
Capa do livro "Drogas, Pais e Filhos" de MIlton Mussini

Muitos pais, após assistirem minhas palestras ou em minhas redes sociais, me perguntam qual é o momento ideal para começar o trabalho de educação e prevenção às drogas com os filhos. A resposta que costumo dar é a seguinte: o momento ideal de iniciar um trabalho de educação e prevenção em casa é quando o casal recebe o resultado do exame de gravidez positivo.

Sim, é nesse momento que os pais, ou futuros pais, devem iniciar um processo de preparação para poderem educar e formar seus filhos, não só para o tema da prevenção, mas para todos os aspectos da vida. Os pais devem se preparar, adquirir conhecimento e conhecer ferramentas de educação e formação, que abranja todos os assuntos: educação, saúde, formação social, sexologia, drogas, internet, jogos eletrônicos, moda, etc.

Sim, nos dias de hoje, ser pai e mãe, dá trabalho e muito trabalho, não é como na minha infância, no início dos anos 70, quando dizia para a minha mãe que ia brincar na rua e ela me dizia: volte antes do escurecer. Hoje, os desafios são outros, os perigos estão a toda volta e compromisso de educar e formar os nossos filhos são maiores.

Com relação às drogas, um dos principais fatores de drogadição, ou seja, fatores que levam os jovens a experimentar e usar drogas, é a falta de conhecimento e informação dos pais e também dos jovens. O tema, ainda carrega tabus e preconceitos e os pais, por não saberem como falar com seus filhos, se esconde atrás desses tabus e não dialogam com seus filhos, que na maioria das vezes, tem o primeiro contato, mesmo que teórico, com as drogas na “rua”, através de amigos ou desconhecidos que compartilham informações errôneas e ilusórias, levando o jovem a experimentar e usar entorpecentes.

Assim, para iniciarmos um processo de educação e prevenção, é preciso conhecer sobre o assunto, lendo matérias de especialistas, cientistas, participando de palestras educativas nas escolas, etc.

O Mundo das Drogas evolui a todo instante e novas drogas, principalmente as sintéticas, surgem a todo o momento, sendo que hoje, temos drogas que ainda na fase da experimentação, já podem desenvolver a dependência química no usuário, por isso a prática da prevenção é primordial no dia a dia das famílias.

Tenho certeza que quando seu filho ou filha, começou a dar os primeiros paços, você estava ali ao lado deles, ensinando, orientando e apoiando; tenho certeza, que quando seu filho ou filha começou a andar de bicicleta, você estava alí, ao lado deles, ensinando, orientando e apoiando. Então porque agora, que eles estão na adolescência, você acha que eles já sabem tudo e se distanciam deles. Não, é nessa fase que eles mais precisam dos pais, ali ao lado, educando, orientado, dialogando e apoiando. Não deixe que a “rua” ocupe esse lugar que é exclusividade sua.

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O diálogo entre pais e filhos, principalmente na adolescência, é a prática do amor incondicional e é imprescindível para a formação dos jovens, que, diante do mundo cibernético e virtual em que vivemos, precisam cada vez mais desses momentos de abraço, olho no olho, colo e atenção. E não vai me dizer que não dá prazer sentar com nossos filhos e conversar com eles, olhar, pegar, abraçar, dar colo, carinho, dizer sim, dizer não. Sou suspeito em dizer, mas posso afirmar que droga nenhuma no mundo, pode dar prazer igual a esse, de estar junto dos nossos filhos.

Quando se trata da vida e o futuro dos nossos filhos, vale muito o velho ditado popular: “é melhor prevenir do que remediar”. Com as drogas e as novas drogas, é muito difícil e doloroso remediar e às vezes isso nem é possível.

Por isso o trabalho de prevenção é importante, assim, como os outros temas que colaboram para a boa formação dos jovens e tudo isso nós pais fazemos exercitando a prática do AMOR. E esse trabalho é gradual e cotidiano, transmitindo conceitos e valores ao longo do tempo, como por exemplo:

  • Dos 4 aos 6 anos – falar sobre a importância de se cuidar da nossa saúde;
  • Dos 6 aos 8 anos – falar sobre bebidas alcóolicas e cigarro, dando exemplos reais, em casos de família ou de amigos que fazem uso dessas drogas, mostrando as consequências e os malefícios que causam ao nosso organismo;
  • Dos 8 aos 10 anos – falar sobre as drogas ilícitas, iniciando pela maconha;
  • Dos 10 aos 12 anos – falar sobre as demais drogas, cocaína, crack, etc.
  • Dos 14 aos 16 anos – falar sobre a dependência química e a Lei de Entorpecente.

Em fim, é um trabalho gradual e cotidiano, que deve ser realizado, em meio aos diálogos em família, mas reforço a importância do conhecimento por parte dos pais para poderem compartilhar essas informações com os filhos.

Amem seus filhos e pratiquem esse amor diariamente!

*Milton Mussini é policial civil, especialista em prevenção às drogas, escritor e palestrante. www.miltonmussini.com.br