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A neurociência no aprendizado

A colaboradora Thaissa Alvarenga comenta qual o papel da neurociência na gestão escolar

Thaissa Alvarenga* Publicado em 12/10/2022, às 06h00

É fundamental ter um olhar humano na hora de educar
É fundamental ter um olhar humano na hora de educar

Um professor pode exercer diversos papéis dentro do seu cargo, e qual seria a
contribuição da neurociência para a gestão escolar? Na minha visão o mais
importante é o olhar humano que os profissionais da educação devem ter e em
segundo lugar a sua formação e atualização com capacitações, seminários, debates
para que a formação acadêmica dos seus alunos seja a melhor possível dentro da
individualidade de cada um.

Será que estes profissionais sabem como o cérebro aprende? A teoria da pirâmide
de aprendizagem, atribuída a William Glasser nos explica de uma maneira bastante
didática como o nosso cérebro apreende informações. Para ele, metodologias
passivas (como ler e escutar) trazem menos resultado do que as metodologias
ativas e interativas (como discutir e ensinar a alguém).

De acordo com Glasser, a porcentagem de assimilação de informação é maior
quando você interage de algum modo com o conteúdo. A partir do momento que o
professor compreende toda a demanda cognitiva para que o aprendizado aconteça,
ele tem mais chance de ajudar os alunos durante este processo e o gestor escolar
faz com que este diálogo seja possível.

O papel da gestão escolar na motivação dos alunos também é tão importante
quanto a formação dos professores, pois alunos envolvidos têm mais chance de
sucesso e menos probabilidade de evasão escolar. Sabe-se que para o aluno ter
sucesso escolar é necessário que ele consiga ter controle emocional, ou seja,
saber como lidar com os seus sentimentos, hoje chamado de soft skills ou
inteligência emocional. O gestor educacional também deve pensar neste quesito,
visando o bem do aluno. A regulação emocional está totalmente ligada à
neurociência, que estuda a influência das emoções em nosso cérebro e como elas
ajudam ou prejudicam a aprendizagem.

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E quero trazer uma pergunta importante aqui. E a gestão escolar no processo de
alunos de inclusão? Será que os profissionais estão habilitados para entender as
diferenças de cada um? Será que o profissional tem conhecimento na prática de
adaptação de materiais? Um olhar individualizado?

Sim além do olhar humano, como citei a gestão escolar deve trabalhar com a rede
de apoio de cada aluno com suas questões emocionais ou deficiência para que haja
um olhar adaptado e a busca de trazer esse aluno para o convívio da inclusão.

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI), também conhecida como Estatuto da Pessoa
com Deficiência, foi criada em 2015 com o objetivo de “assegurar e promover, em
condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais da
pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania''. 

Mas não basta estar apenas no papel ; os profissionais da escola devem estar
alinhados com as novas demandas e juntos com toda a família e rede de apoio,
necessário para que o aprendizado aconteça, que questões sócio emocionais sejam
resolvidas e que esse indivíduo cresça dentro da sua essência.

É possível perceber que a neurociência está em todas as ações do gestor que
realmente se preocupa com os princípios básicos de educação e de cada aluno.
Por uma relação mais próxima entre professores e neurociência
Professores são seres realmente especiais. Eles são alicerce de carinho e de
conhecimento,e se tornam diferenciados quando usam sensibilidade para orientar
suas atividades, e se mantêm atualizados em suas áreas de atuação.
A combinação de olhar humano e repertório muda tudo. E quando um professor
muda, as crianças aprendem mais.

O professor também precisa pensar neste quesito, visando o bem do aluno. A
regulação emocional está totalmente ligada à neurociência, que por sua vez estuda
a influência das emoções em nosso cérebro e como elas ajudam ou prejudicam a
aprendizagem.

Quando o conhecimento sobre neurociência é aplicado nas ações do professor, e
alinhadas ao seu olhar atento e preocupado com o aluno, percebemos claramente
uma maior conexão entre profissional e a criança, além de um desenvolvimento
muito mais concreto do ser humano.

*Thaissa Alvarenga é fundadora da ONG Nosso Olhar, do portal de conteúdo Chico e suas Marias e do canal do youtube Inclua Mundo.