Mariana Kotscho
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Brasil, que triste todo este vandalismo

A escritora Ana Carla Amorim faz um desabafo sobre a tristeza dos últimos acontecimentos com a depredação e o vandalismo em Brasília

Ana Carla de Amorim* Publicado em 13/01/2023, às 06h00

Golpistas em Brasília - Foto: reprodução de UOL
Golpistas em Brasília - Foto: reprodução de UOL

Durante a infância e a adolescência, já era parte da rotina escolar fazermos fila para em posição e com respeito, cantarmos o hino nacional, assim como a participação nos desfiles da escola em datas comemorativas. Uma recordação da infância, porém, uma sensação única que me emociona a cada vez que canto ou ouço o hino e vejo a apresentação de uma fanfarra.

Entretanto, em um período mais recente, percebo que alguns populares que se dizem brasileiros, patriotas e gente de bem, utilizam em vão ou por conveniência não apenas entoar o hino, como utilizar a bandeira para praticar atos criminosos como os que vivenciamos nos últimos anos em todo o país, e especificamente em Brasília ao final de 2022 e o ocorrido na data de hoje.

É importante destacar que são válidas as manifestações pacíficas, a diversidade de opinião e a reivindicar os nossos direitos. Contudo, se temos os direitos garantidos por lei, também temos os nossos deveres enquanto cidadãos, enquanto sociedade, enquanto brasileiros, mas os atos golpistas que aconteceram neste domingo de violência, vandalismo e depredação, não transmite a menor credibilidade.

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Invasão, baderna, incêndio, danos ao patrimônio público e as obras de arte... Aos órgãos responsáveis, nenhuma prevenção, ação ou proteção, colocando em risco a ordem e a segurança. Seria este o simples caso de despreparo e incompetência ou negligência e conivência diante de uma atitude já prevista e anunciada?

O episódio e as cenas ocorridas no Distrito Federal não refletem apenas um cenário de desrespeito com a nação, mas a destruição da nossa imagem: de documentos, registros e memórias da nossa história, que precisa e merece mais do que nunca, ser recontada e reconstruída.

Dia 08/01/2023. Ainda estamos no início do ano: desejos, promessas, realizações... Porém, se não mudarmos as nossas atitudes, nada mudará. Por isso, deixo aqui uma reflexão: Como reagimos diante da frustração? Algo que toda pessoa aprende ou deveria aprender ainda na infância: aceitar e respeitar, a ganhar e a perder. E infelizmente, hoje todos nós perdemos. Que os envolvidos: culpados e criminosos sejam punidos e responsabilizados de acordo com a lei.

Na esperança de dias melhores para todos.

*Ana Carla de Amorim é graduada em pedagogia e tem mestrado em educação pela Universidade Católica Dom Bosco. Pesquisadora das temáticas de gênero e formação de professores