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Saúde Infantil: a importância da individualização dos tratamentos e o papel das farmácias de manipulação

Você sabe como funcionam as farmácias de manipulação e qual a regulação do setor?

Marco Fiaschetti* Publicado em 24/11/2022, às 06h29

As farmácias de manipulação são regulamentadas
As farmácias de manipulação são regulamentadas

O cuidado com a saúde, de um modo geral, demanda uma visão integral do indivíduo em todos os aspectos. Além de uma postura acolhedora, atenta e zelosa, os profissionais da área – especialmente os médicos e farmacêuticos – precisam privilegiar uma avaliação global da vida das pessoas, de modo que cada uma receba o tratamento mais adequado às suas condições.

Nesse sentido, as farmácias de manipulação são essenciais para a individualização de cada tratamento. Isso porque o setor consegue oferecer personalização de medicamentos e outros produtos de acordo com a prescrição do profissional da saúde habilitado e respeitando as peculiaridades do paciente, além de promover um atendimento próximo, acolhedor e humanizado.

Essa prática é ainda mais importante quando se fala em saúde infantil. Muitas vezes, medicamentos encontrados nas prateleiras não conseguem atender a um determinado público, como é o caso das crianças, especialmente dos recém-nascidos e bebês. Ao virem ao mundo com um peso muito baixo, precisam de dosagens bastante específicas, que não são encontradas prontas no mercado. Isso acontece porque a produção em larga escala segue um padrão para atender ao que a maior parte das pessoas precisa. Entretanto, tudo o que foge à regra fica de fora.

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É o que acontece também com as chamadas doenças negligenciadas, que não atingem um grande número da população, de forma que a fabricação de medicações se torna economicamente inviável para a produção industrial. Alguns exemplos são as doenças tropicais, como toxoplasmose e esquistossomose, que não costumam ser foco de investimento das grandes farmacêuticas, mas são doenças ainda muito comuns no Brasil e em outros países em desenvolvimento.

O mesmo pode ser dito sobre as doenças raras. Pelo fato de não acometerem um grande número de pessoas, as indústrias tendem a investir menos na produção de medicamentos para seu tratamento. Em todos esses casos, a farmácia de manipulação consegue desenvolver uma fórmula totalmente personalizada, de acordo com a necessidade específica de cada um, oferecendo soluções que se adaptam a cada paciente.

Um exemplo bastante comum no dia a dia do setor é o desenvolvimento de fórmulas utilizando formas de apresentação mais atrativas, que melhoram muito a adesão do paciente ao tratamento. No caso das crianças, pode ser difícil oferecer os medicamentos, já que podem ter alguma dificuldade na ingestão, na deglutição ou mesmo apresentar aversão ao gosto ou ao odor do produto.

Nessas situações, as farmácias de manipulação conseguem ofertar possibilidades saborizadas (morango, chocolate, baunilha, etc) na forma de xaropes, soluções e suspensões orais e, para crianças maiores, também na forma de pastilhas, tabletes e pós, possibilitando criar preparações que se assemelham a sopas, balas, pirulitos, entre outros.

Personalização de formulações, doses atendidas de acordo com a necessidade de cada paciente, que sejam fáceis de administrar e com uso de tecnologia e inovação. Esses são pontos fortes presentes nos serviços disponibilizados pelo setor de farmácias de manipulação. São incontáveis os casos em que a manipulação é a solução mais eficaz – ou mesmo a única – para garantir um tratamento adequado.

Por isso, garantir que o setor continue desempenhando seu trabalho da melhor forma possível é a principal missão da Anfarmag, entidade que o representa em nível nacional. Para se ter uma ideia, atualmente, o Brasil possui cerca de 8,3 mil farmácias de manipulação e mais de 410 mil profissionais diretos e indiretos atuando no segmento.
Todas as farmácias de manipulação passam por um rígido processo de fiscalização, que garante a qualidade das formulações. Com isso, o objetivo é oferecer produtos que promovam o tratamento eficaz, inclusive crianças, promovendo um cuidado individualizado e integral.

*Marco Fiaschetti é diretor executivo da Anfarmag, Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrados