Mariana Kotscho
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No dia 27 de abril é comemorado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial

Um em cada três adultos é afetado por hipertensão arterial no mundo segundo dados da OMS

Redação* Publicado em 27/04/2024, às 15h00

A taxa de mortalidade por hipertensão arterial no Brasil atingiu o maior valor dos últimos dez anos
A taxa de mortalidade por hipertensão arterial no Brasil atingiu o maior valor dos últimos dez anos

A doença é um problema silencioso e atinge 27,9% da população adulta brasileira, segundo levantamento do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), em números absolutos, são mais de 30 milhões de pessoas.

Dados publicados pelo Ministério da Saúde em maio de 2023 apontaram que a taxa de mortalidade por hipertensão arterial no Brasil atingiu o maior valor dos últimos dez anos, com a ocorrência de 18,7 óbitos por 100 mil habitantes. O levantamento considerou a base de dados final do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) para o ano de 2021.

O diagnóstico da hipertensão passa por dois números: 140 por 90, o famoso 14/9. Se ao aferir no aparelho a pressão alcançar esses números ou ultrapassá-los, é um sinal de alerta.

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Segundo a cardiologista, Nina Azevedo, a pressão alta é fator de risco importante para desenvolvimento de doenças cardiovasculares, renais e morte prematura, estando diretamente ligada a até 60% dos casos de infarto e em 80% dos casos de acidente vascular cerebral (AVC).

“Entre as principais causas do avanço desse problema está o estilo de vida, com o sedentarismo, má alimentação, excesso de sal, além do sobrepeso e obesidade. Existe também o fator genético, já que a hipertensão pode ser de caráter hereditário. A falta de diagnóstico e tratamento adequado  pode levar a sérias complicações”, explica a cardiologista.

Mulheres X Homens

Segundo a American Heart Association, os riscos de doenças do coração aumentam para todos com o passar da idade. No entanto, as mulheres, após a menopausa, ficam ainda mais vulneráveis, ao perderem a proteção hormonal natural.

“No período da menopausa, os níveis de estrogênio são reduzidos e o coração e vasos sanguíneos ficam mais expostos às alterações que levam a elevação da pressão arterial e de outras doenças cardiovasculares”, fala a cardiologista.

A especialista lembra ainda que, além das alterações hormonais, outro fator importante é o estresse ao qual elas são submetidas todos os dias, com grandes jornadas de trabalho, excesso de responsabilidade e de conciliação de papeis. “Os distúrbios psicossociais aumentam cerca de 42% o risco cardiovascular das mulheres, devendo ser sempre diagnosticado e tratado”, salienta.

Hipertensão no Mundo

Um em cada três adultos é afetado pela doença no mundo, segundo relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde) publicado em 2023 e que destacou os efeitos devastadores da pressão alta, chamado pela entidade de “assassino silencioso”.

De acordo com o documento, quatro em cada cinco pessoas com hipertensão arterial não recebem tratamento adequado e, se os países conseguirem expandir estratégias que possibilitem o controle adequado da pressão, 76 milhões de mortes poderão ser evitadas até 2050.

“A prevenção, detecção precoce e o tratamento eficaz da hipertensão são algumas das intervenções mais econômicas na área da saúde e precisam ser priorizados na atenção primária, por programas governamentais, nas sociedades médicas e pela própria população”, conclui Nina Azevedo.