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Mês mundial da conscientização da obesidade: a ciência por trás da prevenção e do tratamento

A obesidade é reconhecida pela OMS como um problema de saúde pública, aumentando o risco de doenças graves, e precisa do tratamento adequado

Redação Publicado em 20/03/2025, às 06h00

A obesidade é considerada uma doença - pexels
A obesidade é considerada uma doença - pexels
Março é marcado pelo Mês Mundial da Conscientização da Obesidade, uma campanha global que reforça a importância de tratar essa doença crônica com base em ciência e estratégias eficazes. A obesidade não é apenas uma questão estética ou de força de vontade, mas sim um problema de saúde pública, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e que está diretamente relacionado ao aumento do risco de diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
A médica funcional Dra. Maíra Soliani, especialista em saúde metabólica e autora do livro “A ciência do desconforto” destaca que o tratamento da obesidade deve ser baseado em evidências científicas e adaptado às necessidades individuais de cada paciente.

Por que medir a circunferência abdominal é fundamental?

A forma de diagnosticar a obesidade está evoluindo. Antes, o Índice de Massa Corporal (IMC) era amplamente utilizado, mas hoje, a circunferência abdominal tem sido um parâmetro essencial para complementar essa avaliação. Isso ocorre porque o acúmulo de gordura na região abdominal está diretamente associado ao aumento da mortalidade e ao risco de doenças metabólicas.

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Medir a cintura pode ser um primeiro passo para entender os riscos à saúde. Se a circunferência abdominal ultrapassa 88 cm em mulheres e 102 cm em homens, é um sinal de alerta para a necessidade de intervenção médica e mudanças no estilo de vida.

Tratamento baseado em evidências: além da dieta e do exercício

A obesidade deve ser tratada como qualquer outra doença crônica, com um plano de ação embasado em pesquisas científicas. O tratamento vai além da tradicional recomendação de “comer menos e se exercitar mais”. Segundo a Dra. Maíra, algumas estratégias eficazes incluem:
•Reeducação alimentar: O foco deve ser em uma alimentação rica em fibras, proteínas e gorduras saudáveis, evitando ultraprocessados e açúcares refinados.
•Jejum intermitente: Estudos indicam que essa prática pode auxiliar na regulação hormonal, melhora da sensibilidade à insulina e controle do apetite.
•Atividade física regular: Além de ajudar na perda de peso, o exercício melhora a saúde cardiovascular e metabólica.
•Sono adequado: A privação de sono aumenta a produção de hormônios que estimulam a fome e dificultam o emagrecimento.
•Acompanhamento profissional: O suporte de médicos, nutricionistas e psicólogos é essencial para um tratamento eficaz e sustentável.
•Uso de medicações: Agonistas do GLP-1, como Ozempic e Mounjaro, são opções para auxiliar no controle do apetite e da resistência à insulina, sempre com indicação médica.
•Cirurgia bariátrica: Para casos de obesidade grave, a cirurgia bariátrica pode ser recomendada, proporcionando uma perda de peso mais significativa e melhora das condições metabólicas.

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Conscientização e políticas públicas no combate à obesidade

O ambiente ao nosso redor influencia diretamente os hábitos alimentares e o estilo de vida. Para a Dra. Maíra, a obesidade não deve ser tratada como um problema individual, mas como um desafio coletivo, que exige políticas públicas voltadas para a educação nutricional, acesso a alimentos saudáveis e incentivo à prática esportiva.

“Vivemos em um mundo que favorece o sedentarismo e o consumo de ultraprocessados. Precisamos atuar na conscientização e criar ambientes que promovam hábitos mais saudáveis”, afirma a especialista.

A obesidade tem tratamento e prevenção

O Mês Mundial da Conscientização da Obesidade reforça que o tratamento deve ser baseado em ciência e não em soluções milagrosas. Pequenas mudanças progressivas no estilo de vida fazem a diferença a longo prazo.

“A obesidade não é uma sentença. Com o suporte certo e um plano bem estruturado, é possível alcançar um peso saudável e reduzir os riscos de doenças associadas. O mais importante é buscar ajuda médica e entender que a saúde vai além da balança”, finaliza a Dra. Maíra Soliani.

Se você ou alguém próximo enfrenta desafios com a obesidade, procure um profissional de saúde para um acompanhamento adequado. Informação e ação são as melhores ferramentas para reverter esse quadro e garantir mais qualidade de vida.