No Dia Internacional da Epilepsia, a médica veterinária Vivian Quito explica como identificar, tratar e garantir qualidade de vida ao animal
Redação Publicado em 10/02/2025, às 06h00
Hoje, 10 de fevereiro, é comemorado o Dia Internacional da Epilepsia. Apesar de ser uma condição amplamente associada aos humanos, a epilepsia também afeta muitos cães, causando crises epiléticas e desafiando tutores a entenderem como oferecer os cuidados necessários. A médica veterinária Vivian Quito esclarece dúvidas sobre o tema e destaca a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento especializado.
“É importante esclarecer que crise epilética (convulsão) e epilepsia não são sinônimos. A crise epilética é um sintoma e pode ser causada por várias doenças, como infecções (cinomose), doenças inflamatórias, alterações metabólicas, tumores cerebrais, entre outras. Já a epilepsia é uma doença neurológica crônica, caracterizada por crises epiléticas recorrentes, sem uma causa identificável nos exames”, explica Vivian.
As crises epiléticas podem incluir tremores, mudanças comportamentais, perda de controle muscular, salivação excessiva, urinar e defecar involuntariamente. Durante uma crise, é importante agir rapidamente para proteger o animal. “Afaste objetos perigosos ao redor e evite colocar qualquer coisa na boca do cão. Após a crise, mantenha-o calmo em um local seguro, pois ele pode ficar desorientado ou cansado”, orienta a especialista.
O diagnóstico correto é essencial para diferenciar a epilepsia de outras condições que causam crises epiléticas. “Se um cão convulsiona devido a uma hipoglicemia ou a um AVC, por exemplo, o tratamento da causa base pode fazer com que as crises cessem. No caso da epilepsia, os exames não revelam alterações estruturais ou metabólicas, e apesar do animal pode ficar completamente bem entre as crises, é uma doença que não tem cura e precisa de tratamento e acompanhamento contínuo”, acrescenta Vivian.
O tratamento da epilepsia canina geralmente inclui medicamentos anticonvulsivantes, sempre receitados por um veterinário após exames detalhados. “Além da medicação, é crucial manter uma rotina tranquila e evitar estímulos que possam desencadear crises, como barulhos altos ou luzes piscando. Alimentação balanceada, exercícios moderados e acupuntura também ajudam no controle da doença”, afirma a especialista.
Cuidar de um cão com epilepsia exige comprometimento, mas é totalmente possível proporcionar uma vida feliz e saudável ao pet. “Com os cuidados certos e o acompanhamento veterinário, muitos cães epiléticos levam uma vida normal. Informar-se e buscar apoio são passos importantes para o tutor lidar com essa condição”, conclui Vivian Quito.