Ginecologista Dra. Patrícia Varanda explica como a endometriose pode afetar mulheres após a menopausa e como tratá-la
Redação Publicado em 12/02/2025, às 06h00
A endometriose é uma condição ginecológica caracterizada pelo crescimento anormal do tecido endometrial fora do útero, provocando dor, inflamação e possíveis complicações reprodutivas. Embora seja mais comum durante a fase fértil da mulher, a doença não desaparece automaticamente com a menopausa.
A ginecologista e obstetra Dra. Patrícia Varanda esclarece que, apesar da queda dos hormônios femininos nessa fase da vida, a endometriose pode persistir e continuar causando sintomas incômodos. “A menopausa reduz os níveis de estrogênio, o que pode diminuir os sintomas em muitas mulheres, mas isso não significa que a doença será eliminada por completo. Ao iniciar a Terapia de Reposição Hormonal (TRH), a endometriose pode novamente se tornar ativa e precisa ser monitorada”, alerta a especialista.
Endometriose na menopausa: sintomas e diagnóstico
Muitas mulheres acreditam que, com a interrupção dos ciclos menstruais, a endometriose deixa de ser um problema. No entanto, a Dra. Patrícia explica que algumas pacientes ainda podem apresentar dor pélvica crônica, desconforto abdominal, alterações intestinais e urinárias, além de dores durante as relações sexuais.
O diagnóstico da endometriose em mulheres na menopausa pode ser um desafio, já que os sintomas podem ser confundidos com outras condições ginecológicas ou intestinais. “É essencial que a paciente continue realizando exames periódicos, como ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética, para avaliar se há sinais da doença”, recomenda a ginecologista.
Terapia de Reposição Hormonal (TRH) e seus impactos na endometriose
Muitas mulheres que entram na menopausa optam pela Terapia de Reposição Hormonal (TRH) para aliviar sintomas como ondas de calor, insônia, secura vaginal e alterações de humor. No entanto, em pacientes com histórico de endometriose, essa terapia precisa ser avaliada com cautela.
“A reposição hormonal pode estimular o crescimento do tecido endometriótico remanescente, reativando a doença. Por isso, é fundamental que o tratamento seja individualizado e acompanhado por um médico”, explica a Dra. Patrícia. Em alguns casos, são prescritos hormônios específicos que minimizam o risco de reativação da endometriose.
Tratamento e qualidade de vida
A abordagem para o tratamento da endometriose na menopausa deve ser multidisciplinar. Além do acompanhamento ginecológico, a adoção de hábitos saudáveis pode ajudar no controle dos sintomas. “Uma alimentação equilibrada, prática de atividades físicas e terapias complementares, como a fisioterapia pélvica, podem contribuir significativamente para o bem-estar da paciente”, destaca a médica.
Em casos mais graves, a cirurgia pode ser necessária para remover lesões endometrióticas que continuem causando dor ou complicações.
Consulta e acompanhamento especializado
A Dra. Patrícia Varanda atende em Campinas (SP) e reforça a importância do acompanhamento médico para mulheres que tiveram ou ainda possuem sintomas de endometriose, mesmo após a menopausa. “A saúde da mulher deve ser tratada com atenção em todas as fases da vida. Quanto antes os sintomas forem identificados, melhores serão as opções de tratamento”, finaliza.
*com edição de Marina Yazbek Dias Peres