Entendendo o processo da menopausa e como amenizar os sintomas
Redação Publicado em 18/10/2024, às 06h00
O Dia Mundial da Menopausa, celebrado em 18 de outubro, é uma oportunidade para discutir um tema que atinge todas as mulheres em algum momento da vida, mas que ainda gera dúvidas e inseguranças. A menopausa marca o fim do ciclo menstrual e da fertilidade feminina, geralmente ocorrendo entre os 45 e 55 anos, mas também pode acontecer precocemente, antes dos 40, o que é chamado de menopausa precoce. Segundo um artigo apresentado no encontro anual da Sociedade de Menopausa Americana , só 4% das mulheres fazem reposição hormonal pós menopausa. Esse número representa dez vezes menos mulheres, entre 50 e 59 anos, fazendo o tratamento, do que se tinha pouco antes dos anos 2000.
A Dra. And Yara, médica referência em reposição hormonal, explica que a menopausa é um processo natural decorrente da diminuição dos hormônios femininos, principalmente o estrógeno.
"Com a queda do estrógeno, o corpo da mulher passa por várias mudanças que afetam desde a saúde física até a mental. É um processo inevitável, mas os sintomas podem ser manejados com orientação adequada", comenta a especialista.
A menopausa pode trazer uma série de sintomas que variam de mulher para mulher, em intensidade e duração. Entre os mais comuns estão: Ondas de calor (fogachos), Suores noturnos, Insônia, Alterações de humor, Secura vaginal, Diminuição da libido e Dificuldade de concentração e memória.
Dra. And Yara destaca que, além desses sintomas, há também os efeitos a longo prazo, como o risco aumentado de osteoporose e problemas cardiovasculares.
"A perda de massa óssea é acelerada após a menopausa, o que aumenta a chance de fraturas. Por isso, é essencial adotar medidas preventivas desde cedo", orienta.
Embora a menopausa seja um evento natural, há formas de prevenir o agravamento dos sintomas e manter a qualidade de vida. Dra. And Yara sugere que as mulheres comecem a adotar hábitos saudáveis antes mesmo de chegar à menopausa.
"A prevenção passa por cuidados com a alimentação, exercícios físicos e um estilo de vida equilibrado. Esses fatores podem fazer uma grande diferença na forma como a mulher experimenta essa fase da vida."
1. Alimentação balanceada
"Manter uma dieta rica em cálcio e vitamina D ajuda a proteger os ossos e evitar a osteoporose. Além disso, alimentos ricos em ômega-3, como peixes e nozes, podem ajudar a amenizar as alterações de humor e melhorar a saúde cardiovascular", explica a especialista. Evitar alimentos processados, açúcares e cafeína também pode minimizar os **fogachos** e o desconforto.
2. Exercícios físicos regulares
"A prática de atividades físicas, como caminhada, pilates e musculação, ajuda a manter a densidade óssea, fortalece o sistema cardiovascular e alivia o estresse. Além disso, o exercício físico pode melhorar a qualidade do sono e combater a insônia, comum na menopausa", acrescenta Dra. And Yara.
3. Reposição hormonal
Em muitos casos, a reposição hormonal é recomendada para ajudar a equilibrar os níveis de estrógeno e minimizar os sintomas mais intensos. "A reposição hormonal, quando bem indicada, pode ser uma excelente aliada na qualidade de vida da mulher na menopausa. No entanto, é importante que o tratamento seja individualizado e avaliado por um especialista", alerta Dra. And Yara.
4. Gerenciamento do estresse e saúde mental
A menopausa também pode trazer alterações de humor e ansiedade.
"Técnicas de relaxamento, como meditação e yoga, são formas eficazes de reduzir o estresse e ajudar a manter o equilíbrio emocional", sugere.
5. Evitar tabagismo e consumo excessivo de álcool
Dra. And Yara reforça que o estilo de vida desempenha um papel essencial na forma como as mulheres enfrentam a menopausa.
"O tabagismo, além de ser um fator de risco para diversas doenças, pode antecipar a chegada da menopausa e intensificar os sintomas. Reduzir o consumo de álcool também ajuda a manter a saúde hormonal equilibrada."
A menopausa precoce, que ocorre antes dos 40 anos, pode trazer consequências graves à saúde física e emocional das mulheres. Um estudo publicado pela Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia aponta que mulheres que enfrentam a menopausa precoce têm maior risco de desenvolver doenças cardíacas, osteoporose e até demência.
Dra. And Yara explica que a menopausa precoce pode ser causada por fatores genéticos, doenças autoimunes ou tratamentos médicos, como a quimioterapia.
"Nesses casos, o acompanhamento médico é fundamental para minimizar os impactos na saúde e garantir que a mulher mantenha sua qualidade de vida", orienta a especialista.
A Dra. And Yara finaliza com uma mensagem de conscientização: "A menopausa é uma fase que todas as mulheres passarão, mas isso não significa que ela precisa ser sinônimo de sofrimento. Com hábitos saudáveis, suporte médico e um olhar atento à saúde emocional, é possível viver esse período de forma plena e equilibrada".