O coração da mulher pode sinalizar doenças de forma distinta, tornando essencial reconhecer os sintomas e buscar diagnóstico precoce
Redação Publicado em 26/09/2025, às 06h00
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre mulheres brasileiras, representando 30,4% dos óbitos femininos, segundo o estudo Global Burden of Disease. Apesar de muitos acreditarem que o infarto é um problema predominantemente masculino, o risco para mulheres cresce significativamente após a menopausa, quando a proteção hormonal do estrogênio diminui.
“O coração dificilmente dá sinais claros até que a doença já esteja avançada. Por isso, o check-up é essencial. Ele nos permite identificar fatores de risco, orientar mudanças de hábitos e, quando necessário, iniciar o tratamento precoce. Essa é a chave para reduzir drasticamente o risco de eventos graves, como infarto e AVC”, explica o cardiologista Dr. Lucas Galito Barbosa, da Clínica Bels, membro da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) e da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC).
As condições mais frequentemente associadas ao sexo feminino são hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, arritmias e AVC. Além disso, mulheres têm fatores de risco específicos, como hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia e menopausa precoce - todos associados a maior probabilidade de desenvolver cardiopatias no futuro.
Outro alerta importante é que os sintomas femininos podem ser diferentes: enquanto os homens costumam relatar dor intensa no peito durante o infarto, as mulheres podem apresentar falta de ar, dor nas costas, náusea, fadiga extrema e palpitações, o que muitas vezes atrasa o diagnóstico.
A partir dos 35 a 40 anos, é indicado um check-up cardiológico anualmente para todas as mulheres. Entre os exames mais importantes estão:
O diagnóstico precoce possibilita intervenções eficazes. Em muitos casos, apenas mudanças de hábitos já reduzem significativamente os riscos: atividade física regular, dieta balanceada, redução do consumo de álcool, abandono do tabagismo e manejo do estresse. Quando necessário, médicos também recorrem a medicamentos para controlar pressão, colesterol ou ritmo cardíaco.
Neste mês, a campanha Setembro Vermelho reforça a importância da atenção ao coração, mas o alerta deve permanecer durante todo o ano. Investir em consultas regulares e exames preventivos é a melhor forma de preservar a saúde cardiovascular e garantir qualidade de vida.
“Detectar precocemente, tratar com agilidade e viver com mais qualidade — isso é cuidar do coração com responsabilidade e afeto. Neste Setembro Vermelho, cada batida importa”, completa o especialista da Bels.
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