Mariana Kotscho
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Enem 2025 bate recorde de inscritos, com mais de 4,8 milhões de participantes confirmados

Proximidade da data da prova do Enem 2025 começa a impactar milhões de estudantes em todo o país

Redação Publicado em 27/10/2025, às 06h00

Alunos sentados em sala de aula
Estudar com qualidade é mais importante do que estudar em excesso, e por isso é importante ter uma rotina de estudos saudável para o Enem 2025 - Foto: Canva Pro

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 traz mudanças significativas em seu formato, visando avaliar não apenas o conhecimento, mas também a capacidade de interpretação e aplicação prática dos conteúdos, impactando a preparação dos estudantes para o ingresso em universidades.

As alterações incluem uma nova matriz de habilidades que prioriza temas contemporâneos como sustentabilidade e diversidade, além de uma maior interconexão entre as disciplinas, exigindo dos candidatos uma abordagem mais crítica e integrada do conhecimento.

O Cebraspe, responsável pela prova, intensificará a avaliação da redação, exigindo argumentação sólida e coerente, e recomenda que os estudantes se preparem com simulados e leituras diversificadas, enquanto também lidam com a pressão emocional durante a preparação.

Resumo gerado por IA

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma das principais formas de conquistar a aprovação em universidades públicas e privadas no Brasil, bem como no exterior,  especialmente em Portugal. Além disso é requisito para bolsas e financiamentos estudantis. E neste ano, a banca responsável pela prova - Cebraspe (Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação) – trouxe mudanças relevantes no formato de elaboração das questões, e na forma de avaliar a Redação dos participantes.  

A professora Ana Paula Otrenti, especialista em Teorias Linguísticas e Ensino pela Unesp, e membro da Formação Avançada de Professores Enem Pro (FAPEP) destaca que o Enem 2025 reforça ainda mais sua proposta de avaliar não só o domínio de conteúdos, mas a capacidade de interpretar, analisar, argumentar e aplicar o conhecimento na resolução de problemas do cotidiano. “Não é uma prova para quem apenas decorou fórmulas e datas. O Enem exige leitura crítica, domínio da linguagem e uma visão ampla de mundo”, afirma.

Entre as alterações anunciadas para a edição deste ano, uma das mais relevantes é a reestruturação da matriz de habilidades. As provas continuam divididas em quatro áreas: Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática, mas a nova matriz valoriza mais fortemente temas como sustentabilidade, tecnologia, equidade social, diversidade cultural e questões contemporâneas.

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Além disso, houve um ajuste na distribuição de questões interdisciplinares, especialmente nas áreas de Ciências da Natureza e Humanas, com maior exigência de conexão entre diferentes saberes. Outra mudança que vem chamando atenção é a possibilidade de aplicação digital da prova para uma parcela maior dos inscritos, o que representa um avanço na acessibilidade e também um novo desafio para os estudantes, que precisam treinar o tempo de leitura e resposta em outro formato.

No que diz respeito à redação, uma das partes mais temidas do exame, são mantidas as cinco competências, com a pontuação máxima de duzentos pontos cada, totalizando mil pontos. Todavia, o Cebraspe será mais exigente quanto ao uso dos denominados “repertórios de bolso”, ou seja, a especialista Enem Pro explica que não basta decorar repertórios, é preciso que eles sejam produtivos, isto é, que tenham relação direta com o tema. Ademais, “os participantes precisam ter em mente de que os desenvolvimentos do texto não podem apresentar nenhum tipo de lacuna como argumentativa, falso desenvolvimento, desenvolvimento circular ou abandono argumentativo; posto que o estudante poderá perder até 120 pontos na competência 3, concernente a relacionar  e a interpretar ideias, fatos e opiniões”

Outrossim, haverá uma análise mais criteriosa sobre a gramática e uso correto das inversões sintáticas, além da coesão e coerência textuais. Por fim, a proposta de intervenção deve apresentar todos os requisitos e conectivos adequados de ação, agente, modo, meio, finalidade e detalhamento do efeito, além de retomar os dois argumentos e o tema.

A professora ressalta ainda a necessidade de a proposta interventiva estar vinculada ao(s) problema(s) suscitado(s).  Com isso, “Não basta mais apenas escrever um texto organizado. É necessário mostrar capacidade de reflexão, domínio da norma culta e apresentar encaminhamentos propositivos associados à realidade de mundo e que respeitem os direitos humanos”, explica Ana Paula.

Como se preparar diante das mudanças?

Para a professora, o primeiro passo é entender o novo edital e as competências exigidas. Isso evita surpresas no dia da prova e direciona melhor os estudos. Em seguida, é essencial montar um cronograma equilibrado, que contemple todas as áreas, além de analisar textos de edições anteriores, com a ressalva de que decorar estrutura ou modelos prontos não é uma alternativa viável, posto que os avaliadores irão considerar um texto bem fundamentado, bem estruturado e que traga marcas de autoria, como uso de vocábulos com juízo de valor, além do que foi observado acima pela professora. Desse modo, é preciso haver a prática da escrita e a leitura atenta do tema.

“Simulados com o novo modelo, realização de provas anteriores e leituras constantes de temas sociais, educacionais, tecnológicos, ambientais, culturais e de saúde, esporte e lazer por exemplo, são estratégias indispensáveis. É também importante usar fontes confiáveis, já que o Enem valoriza argumentos sólidos e contextualizados”, reforça Ana.

Ela ainda chama a atenção para o impacto emocional na preparação dos alunos. “Muitos estudantes chegam nessa fase com alto nível de ansiedade e cobrança, de modo que é importante trabalhar o lado emocional, como aprender a lidar com a pressão e saber controlar as emoções. Para isso, é essencial ter uma rotina de estudos saudável, uma vez que estudar com qualidade é mais importante do que estudar em excesso.”

Para finalizar, a educadora lembra que o Enem é muito mais do que uma prova, é uma ferramenta de transformação social. “Todos os anos, milhões de jovens usam o Enem para conquistar uma vaga na universidade e mudar o rumo de suas vidas. Ter acesso à informação de qualidade, orientação e incentivo pode fazer toda a diferença para quem sonha com o ensino superior. Estar preparado é o melhor caminho para transformar esse sonho em realidade”, finaliza.

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