O defensor público federal, André Naves, comenta sobre as barreiras e potencialidades de pessoas com autismo
André Naves* Publicado em 02/04/2023, às 11h00 - Atualizado às 12h11
O dia 2 de abril, tanto em âmbito nacional como internacional, é marcado como Dia de Conscientização sobre o Autismo. Também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno do desenvolvimento neurológico que afeta a comunicação, a interação social, o comportamento e o processamento sensorial.
As pessoas com autismo enfrentam diversas barreiras em seu dia a dia, entre as quais podemos destacar as de comunicação e interpretação, interação social, processamento sensorial (hipersensibilidade ou hiposensibilidade), preparo no ambiente escolar, acesso ao mercado de trabalho e acesso a serviços de saúde.
Por outro lado, essas pessoas têm potencialidades e habilidades únicas que podem ser exploradas e valorizadas, como concentração, pensamento lógico e sistemático, e criatividade. É o caso, por exemplo, de Temple Grandin, autora, palestrante e professora universitária americana, conhecida por seu trabalho em design de instalações para animais de criação. Também, Anthony Ianni, ex-jogador de basquete universitário americano e defensor dos direitos das pessoas autistas; ou Stephen Wiltshire, artista britânico autista, conhecido por sua habilidade extraordinária de desenhar paisagens urbanas inteiras a partir da memória.
O Dia Mundial da Conscientização do Autismo, portanto, é uma data essencial para aumentar a visibilidade sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e promover a inclusão e a igualdade de oportunidades para as pessoas autistas.
A conscientização sobre o autismo é fundamental para reduzir o estigma e a discriminação associados ao transtorno, e para promover a aceitação e a compreensão das diferenças individuais. Além disso, a conscientização sobre o transtorno pode ajudar a promover políticas públicas inclusivas e a melhorar o acesso das pessoas autistas a serviços e recursos essenciais, como educação, saúde e trabalho.
Ao reconhecer a importância da convivência entre pessoas diferentes e do respeito às diferenças individuais, podemos promover a emancipação coletiva de todos, autistas ou não, estimulando-as a desenvolver suas habilidades e talentos, de acordo com suas capacidades e limitações.
*André Navesé Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Sociais, Conselheiro do Chaverim, grupo de assistência às Pessoas com Deficiência.