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Implante de tecido ovariano jovem em mulheres na menopausa será a nova fronteira da Reprodução Humana

40 Anos depois do primeiro bebê de proveta no Brasil, Alfonso Massaguer destaca o aumento na taxa de sucesso dos procedimentos de reprodução humana

Redação Publicado em 21/10/2024, às 06h00

Os avanços da medicina em relação à reprodução humana
Os avanços da medicina em relação à reprodução humana

Em outubro o Brasil celebra quatro décadas de Ana Paula Caldeira, uma paranaense, de São José dos Pinhais, que entrou para a história da Reprodução Humana no Brasil ao se tornar o primeiro bebê de proveta do país. O nascimento dela foi um marco que não apenas transformou a vida de muitas famílias, mas também revolucionou os procedimentos de reprodução assistida.

Desde então, as técnicas de Fertilização In Vitro (FIV) evoluíram significativamente, proporcionando melhores resultados e aumentando as chances de gestação saudável. O Dr. Alfonso Massaguer, especialista em Reprodução Humana da Clínica Mãe, destaca as principais transformações ocorridas nesse período. “Nos últimos 40 anos, a FIV passou por inovações essenciais, como a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), que permite a introdução de um espermatozoide diretamente no óvulo. Essa técnica foi um divisor de águas, especialmente para casais enfrentando dificuldades relacionadas à infertilidade masculina”, afirma Dr. Alfonso Massaguer.

Outra importante evolução foi o cultivo prolongado de embriões até o estágio de blastocisto, permitindo uma seleção mais precisa do embrião a ser transferido. “Com a análise cromossômica embrionária, agora conseguimos escolher o embrião mais adequado, reduzindo a necessidade de transferir múltiplos embriões e, consequentemente, os riscos de gestações múltiplas”, explica o especialista.

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As taxas de sucesso também são um reflexo desse avanço. Enquanto a taxa de sucesso da FIV na década de 1980 era de apenas 20 a 25%, hoje, com a transferência de um único embrião, as chances de gravidez podem chegar a impressionantes 70%. “Essa evolução não só proporciona uma gravidez mais segura, mas também diminui os riscos associados a gestações múltiplas, que podem ser perigosas para mães e bebês”, ressalta Dr. Alfonso Massaguer.

Além dessas técnicas, o congelamento de óvulos se tornou uma opção viável para muitas mulheres, permitindo que preservem sua fertilidade em idade fértil para serem utilizadas em momentos mais avançados da vida. “Isso é fundamental para que as mulheres possam planejar suas famílias de maneira mais flexível”, completa.

O futuro da reprodução assistida parece ainda mais promissor. O Dr. AlfonsoMassaguer antecipa que, nos próximos 40 anos, grandes avanços no congelamento ovariano poderão permitir a preservação da fertilidade e da produção hormonal nas mulheres. “Imaginamos um cenário onde será possível implantar tecido ovariano jovem durante a menopausa, garantindo uma reposição hormonal natural e melhorando a qualidade de vida”, explica.

Além disso, as células-tronco podem desempenhar um papel essencial na formação de gametas, superando as limitações atuais da fertilização in vitro. “Estamos apenas arranhando a superfície do que a tecnologia pode nos oferecer. O futuro da Reprodução Humana é brilhante e cheio de possibilidades”, conclui Dr. Alfonso Massaguer.