Em ambas histórias, o amor e a resiliência foram fundamentais para superar obstáculos e realizar o sonho
Redação Publicado em 21/01/2023, às 06h00
Segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, 2 em cada 10 casais brasileiros têm dificuldades de engravidar. E as razões da infertilidade podem estar igualmente no homem ou na mulher e até nos dois em alguns casos.
Segundo o Dr. Alfonso Massaguer, especialista em Reprodução, da clínica Mãe, um dos principais fatores é a perda natural da fertilidade a partir dos 35 anos no caso da mulher, que ainda pode ter dificuldades para uma gestação por conta de doenças como endometriose, alterações tubárias e no útero.
No caso do homem, a causa mais comum está na queda do número de espermatozoides pelo envelhecimento e por doenças como varicocele, caxumba, anomalias endócrinas e anomalias no cariótipo.
Além dos fatores específicos para homens e mulheres, ainda existem aqueles em comum. Ou seja, causas que podem acometer ambos. É o caso das doenças sexualmente transmissíveis e de fatores como tabagismo, alcoolismo, obesidade e drogas.
Graças ao avanço da ciência e da medicina, atualmente existem várias soluções para o casal infértil que deseja engravidar. Entre as opções mais comuns estão os tratamentos hormonais, geralmente indicado para mulheres. E ainda existem técnicas como a doação de óvulos e espermatozoides, para casos mais específicos onde não há material saudável ou suficiente de um ou ambos os parceiros. "O casal infértil, independentemente dos fatores que desencadeiam a infertilidade, não precisa perder a esperança de ter filhos. Isso porque, atualmente existem várias técnicas que podem ajudar na concretização desse sonho".
Sonho realizado
Nós separamos as histórias de 2 casais que podem inspirar outros casais a não desistir dos sonhos diante da adversidade. São relatos que demonstram como a resiliência, a confiança no tratamento e o acolhimento podem ser determinantes para o resultado positivo e a realização de um sonho tão desejado.
Eu e meu esposo descobrimos que não poderíamos ter filhos pelos meios normais quando fizemos os exames pré-nupciais. Eu tinha apenas 22 anos e ele tinha 28, e depois de um ano de casados nós resolvemos fazer um tratamento fertilização. Nós fizemos um tratamento por 5 anos aqui em Maringá. A gente fez três coletas, três inseminações e eu não consegui engravidar.
Já tinha desistido, achamos que não era para ser. Mas aí uma prima indicou um médico de confiança, o Dr. Alfonso, mas que era de São Paulo. Mesmo assim saí do Paraná e fui até a Clínica Mãe. E desde o primeiro contato me senti acolhida e o que mais chamou a nossa atenção foi o ser humano que o doutor é. Ele esteve junto da gente em cada etapa e sempre com uma palavra encorajadora, e “Vamos descobrir o que é antes, qual o problema…”, nós fizemos exames, e ele disse “Vamos ter que fazer mesmo”, “não desiste”.
Nós fizemos a primeira coleta, consegui dois blastocistos, na segunda eu não consegui nenhum e na terceira tentativa eu não ovulei e eu falei “Doutor eu acho que não é para eu ser mãe”, então ele disse “não, nós já temos dois congelados”. Eu retruquei “olha, não é para mim” e ele com aquela paciência, calma e atenção me disse “olha, espera um pouco, vamos dar um tempo, mas vai dar certo, tenha fé” ele nunca nos deixou desanimar, ao contrário do outro médico, que na terceira fertilização falou assim “Tenta adotar, por que vocês não vão conseguir”, então essa foi a maior diferença.
Numa quarta coleta mais quatro óvulos e decidimos que era hora de tentar a implantação e mais uma vez o Doutor estava lá ao nosso lado nos confortando, “olha, tenho certeza que vai dar certo, tenha fé”. E realmente deu certo, eu fiquei grávida de gêmeos. Hoje os gêmeos são um casal, o Antônio e a Lara, estão com 1 ano e 2 meses, são a coisa mais linda do mundo e eu só tenho a agradecer. Eu acho que o atendimento e também o jeito humano dos profissionais não nos fizeram desistir.
Eu e meu marido nos conhecemos em 2007 pelo Orkut e nos tornamos amigos, a nossa cidade é pequena, a gente já tinha se visto algumas vezes, mas nosso namoro começou em julho de 2011 e nos casamos em julho de 2015. Desde o início uma coisa que concordamos é que queríamos ter filhos, só que meu marido tem uma síndrome congênita chamada síndrome de Treacher Collins, e já sabíamos que não ia dar para a gente tentar engravidar naturalmente.
Em 2020, decidimos que iríamos tentar ter filhos através da fertilização. Os exames mostraram que meu esposo tinha 50% de chance de um filho nosso ter a mesma síndrome e que poderia ser até mais grave que o caso dele.
Em 2021, a gente começou nosso procedimento. Nós somos da Região norte e consultamos o Dr. Alfonso remotamente. Fizemos aqui todos os exames necessários e só na hora de fazer a coleta dos óvulos fomos para São Paulo. Tivemos 19 óvulos fecundados, dos 19, 10 se tornaram blastocistos e a gente fez a biópsia para analisar a síndrome, e 7 tinham a síndrome, 70% continham o problema.
Era assustador. Dois 3 que sobraram, apenas 1 era um embrião saudável e possível de ser transferido. Mas aí descobri que tinha a Doença de Chagas, que é razoavelmente comum aqui na nossa região. Eu não tive nenhum sintoma, mas a gente precisou dar uma pausa no nosso tratamento para que eu fizesse o tratamento desta doença. Foram dois meses usando medicamentos fortes até ficar totalmente livre da doença.
No final de 2021, aí a gente conversou com o doutor, refizemos todos os exames, estímulos hormonais, mas tive uma nova surpresa ao descobrir que meu endométrio não tinha uma espessura boa, ele estava fino e não tinha como a gente arriscar, por que impossibilitava bastante as chances de engravidar com a espessura que estava.
Para piorar, eu tive Covid e, apesar dos sintomas serem leves, eu sofri uma crise de ansiedade, precisei ir ao hospital e tomar remédios. Foi um momento muito frustrante e triste, mas o Dr. Alfonso sempre nos encorajou a manter a fé e a positividade e disse que iria dar tudo certo.
Em maio de 2022, Novos exames e nova frustração, a espessura do endométrio não mudava e ainda não era seguro fazer uma transferência. Aí o Dr. Alfonso resolveu mudar nosso protocolo, fazer uma tentativa diferente, com menos hormônios. A espessura melhorou e tentamos uma transferência.
Em agosto, um dia antes do meu aniversário recebi o melhor presente da minha vida. A notícia de que o tratamento tinha dado certo e eu estava grávida. Hoje estamos com 6 meses de gravidez da nossa Catarina Victoria, tudo está encaminhando bem, uma gestação saudável, ela está crescendo conforme o esperado, está com o peso certinho de acordo com as ultrassonografias. Agora estamos felizes, curtindo nossa gravidez e esperando a hora dela chegar para completar a nossa família.