Mariana Kotscho
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Comer mais é comer bem na gestação?

Nutricionista ortomolecular e epigenética comenta o que é de fato uma boa nutrição na gravidez e a importância de a grávida comer bem

Redação Publicado em 17/12/2024, às 06h00

Grávidas: de olho na alimentação
Grávidas: de olho na alimentação

Foi-se o tempo em que se acreditava que as gestantes deveriam ‘comer por dois’. O que era muito comum no passado era aumentar a ingestão calórica, o aumento do peso da mãe, sem muita preocupação com os nutrientes ingeridos, quando é de fato o que mais importa. Com relação à nutrição na gestação, a nutricionista ortomolecular e epigenética, Elisa lobo, explica que sempre deve ser levada em consideração a individualidade dessa gestante. Se ela tem alguma doença de base ou não, se nos exames ela já apresentou uma carência no início da gestação, se ela chegou 100% saudável até o início do primeiro trimestre.

Ela afirma também que, dali em diante, a mãe terá uma demanda nova. “É uma nova fase onde ela, como geradora dessa vida, tem novas demandas e necessidades para si. E existe uma demanda também do bebê que está em formação”, Sendo assim, Elisa alerta que é preciso entender que nosso corpo é uma máquina muito potente, muito sábia, e que ele vai fazer de tudo para que não falte nada, a qualquer custo, para essa criança. Então, muitas vezes, quando a nutrição é deficiente, quando não existe uma suplementação correta, levando em consideração as demandas e as carências possíveis dessa fase, o corpo vai tirar de onde ele consegue esse nutriente. “Por exemplo, se a gestante não consumir cálcio e magnésio suficiente para demanda dela e para demanda do bebê, o corpo vai até a massa óssea e vai desmineralizá-la, tirar esses nutrientes e levar, então, para esse bebê que precisa a todo custo. E aí a gente gera ali uma fragilização, uma até possível osteopenia na mãe para que não falte para o bebê”, exemplifica.

É muito importante saber que o corpo vai dar seu jeito de suprir as carências do bebê, mas nem sempre de formas saudáveis para a gestante. E, por isso é tão importante ter um bom acompanhamento nutricional durante todo o processo gestacional. Elisa Lobo explica que é ainda melhor quando esse acompanhamento começa na pré-concepção, para que essa mãe esteja pronta pra gerar essa vida sem nenhuma intercorrência e que não comece um processo gestacional com nenhuma carência.

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No que se refere à lactação, a especialista segue a mesma premissa. “Essa mulher vira uma ‘fábrica de alimento’, alimento esse – o leite materno – que nutre a vida do bebê, aumenta o peso, o crescimento, a função cognitiva. Então, precisamos de muitas vitaminas e minerais. É sobre vitaminas e minerais, e não sobre a quantidade de caloria, quantidade de comida”, atenta. A nutricionista acrescenta que a diferença é que, nessa fase, aumenta também a necessidade de água. Afinal, a base do leite é a água.

Já na área epigenética, Elisa trabalha a pré-concepção de uma forma muito especial. É possível, nesse acompanhamento evitar que as doenças genéticas do pai e da mãe passem para o bebê. “Acompanhamos o casal, de preferência de 3 a 6 meses, ajustando todas as vitaminas e minerais de acordo com os  exames, e fazemos os ortomoleculares de forma individualizada segundo a predisposição genética de cada um deles, a fim de evitar que parte dessas alterações genéticas passem ao bebê que virá. É um trabalho muito bonito”, conta.

Para concluir, a profissional explica que todas as vitaminas e minerais são importantes e são encontradas na comida de verdade, mas nem sempre temos uma alimentação tão completa e saudável. Além disso, uma rotina corrida e a dificuldade de encontrar sempre alimentos puros e de qualidade podem acabar trazendo alguma carência. Por isso, é importante uma suplementação ortomolecular individualizada, de acordo com cada gestante e fase da gestação.