Entenda o que esperar para o tema da redação do Enem 2025
Sidinéia Azevedo* Publicado em 06/11/2025, às 06h00

A expectativa em torno do tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para 2025 destaca questões sociais relevantes, como a educação digital para idosos e a proteção da infância, refletindo os desafios atuais da sociedade brasileira.
Possíveis temas incluem o uso de tecnologias na educação, racismo ambiental e a inclusão de pessoas neurodivergentes, todos em consonância com debates contemporâneos e eventos como a COP30, que ocorrerá no Brasil.
Preparações para o exame envolvem estratégias de estudo focadas, como a leitura de textos motivadores e a prática de redações, visando desenvolver uma escrita clara e crítica, essencial para a avaliação.
Ano após ano, uma curiosidade desperta a atenção de todo o país – de quem fará o exame e de quem não – sobre qual será o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Essa etapa da avaliação é um convite à reflexão sobre questões sociais relevantes. Os temas propostos nunca são aleatórios e buscam dialogar com os desafios atuais da sociedade brasileira. Portanto, exigem dos estudantes uma postura crítica e propositiva.
Quando penso nas possibilidades para 2025, vejo uma série de temas que podem surgir na prova. Um deles é a educação digital dos idosos, que pode aparecer como um caminho de inclusão social, especialmente diante dos debates recentes sobre aposentadoria e acesso a serviços digitais. Outro eixo possível é a proteção da infância e adolescência, já que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 35 anos e o tema da exploração sexual infantil voltou à pauta pública.
Também merece atenção o uso produtivo das tecnologias no ambiente escolar, questão em destaque após a promulgação da lei que restringe o uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula. Além disso, o racismo ambiental pode ganhar força, evidenciando como desastres naturais impactam de forma desigual as populações mais vulneráveis, sobretudo neste ano em que o Brasil sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). Por fim, é importante lembrar das pautas relacionadas à inclusão de pessoas neurodivergentes, que ainda enfrentam invisibilidade social apesar dos recentes avanços legais.
Sempre digo aos meus alunos que a construção de um repertório sólido começa muito antes do Enem. Todas as disciplinas, durante toda a educação básica, contribuem para isso. Costumo recomendar que revisitem suas anotações, leiam jornais e sites de credibilidade e, sempre que possível, retomem obras literárias que marcaram suas formações.
Outra estratégia importante é observar como os temas foram apresentados em anos anteriores. Recomendo buscar algumas publicações na imprensa sobre as avaliações passadas, até para entender o tom das redações e ir acostumando o pensamento aos formatos adotados.
No dia do Enem, o tempo é precioso. Por isso, sempre oriento que o estudante leia a proposta e os textos motivadores logo ao abrir o caderno de provas. Em seguida, é interessante resolver as questões objetivas — esse processo ajuda a organizar as ideias e a planejar o texto com mais clareza. Quando o plano estiver pronto, é hora de fazer o rascunho, revisar com atenção e, só depois, passar a limpo com letra legível.
Para evitar erros de gramática e grafia, é fundamental compreender as regras e saber aplicá-las no texto. Não basta decorar normas: é preciso entender como elas tornam a escrita mais clara e precisa.
Na reta final, a palavra-chave é equilíbrio. Não há tempo para “gourmetizar” o estudo: é hora de praticar com objetividade. Resolver 20 questões de cada área do conhecimento e escrever uma redação por semana é uma rotina eficiente e realista.
Também recomendo acessar o site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e revisar provas anteriores, além de utilizar plataformas pedagógicas para treinar e acompanhar a evolução. Isso ajuda a identificar o que funciona bem e inspira confiança para aplicar estratégias semelhantes nos próprios textos.
A redação do Enem é mais do que uma prova: é uma oportunidade de mostrar como cada estudante enxerga o mundo e propõe soluções. Escrever bem exige empatia, repertório e prática constante — e é justamente essa combinação que faz da escrita uma ferramenta poderosa de transformação pessoal e social.
* Sidinéia Azevedo é professora de Redação do Bernoulli Educação
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