Orientadora educacional explica como o emocional dos alunos está atrelado ao desenvolvimento do aprendizado
Gardinalle Bezerra de Sousa* Publicado em 16/04/2023, às 06h00
Desde 2020, a formação de competências socioemocionais está normatizada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), tornando a sua abordagem obrigatória nos planos pedagógicos escolares de todo país. Trabalhar habilidades como comunicação, empatia, proatividade, afetividade e autoconhecimento é fundamental desde o início do letramento.
A esfera emocional está diretamente relacionada ao aprendizado de competências cognitivas, isto é, as disciplinas do dia a dia como língua portuguesa e matemática. Assim, observamos que a saúde mental influencia muito no rendimento em sala de aula, afetando atenção, absorção do conteúdo, entre outros fatores.
Desse modo, a relação entre dimensões emocionais, sociais e cognitivas deve ser contemplada no projeto pedagógico das escolas, de forma transversal, ou seja, percorrendo todos os níveis de ensino e com ações específicas para cada faixa etária.
Uma boa forma de fortalecer essa abordagem é através da promoção de projetos, palestras, rodas de conversa e atendimentos individuais que abordem essas potencialidades e os desafios do cotidiano com os corpos discente e docente. Enfatizo que essas iniciativas devem, acima de tudo, acolher e proporcionar um espaço de fala e de escuta, sobretudo aos jovens, apresentando a escola como uma rede de apoio.
Nesse contexto, as instituições devem prezar pela formação continuada de profissionais, promovendo encontros e interações entre educadores, coordenadores, mantenedores e demais envolvidos. Além disso, informar os professores a respeito das particularidades de cada aluno e suas demandas específicas é essencial, visto que eles participam ativamente do cotidiano dos estudantes, como os principais responsáveis por acolher e auxiliar seus educandos em sala de aula.
Todas essas ações terão impacto direto no desempenho escolar e nas relações sociais. Esse retorno mostra-se perceptível, em especial, na época dos vestibulares, momento estressante e desafiador no qual a estruturação de uma base emocional sólida e o acolhimento por parte da instituição são essenciais para o sucesso.
*Gardinalle Bezerra de Sousa é orientadora educacional no Colégio Master, de Fortaleza (CE)