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Mês da Literatura Brasileira: ONG Vaga Lume indica obras de autores indígenas e negros voltadas a jovens leitores

Em maio, mês de celebração da Literatura Brasileira, a ONG convida os jovens leitores a conhecerem novas obras nacionais

Redação Publicado em 15/05/2024, às 06h00

Maio é o mês da literatura brasileira
Maio é o mês da literatura brasileira

O incentivo à leitura como caminho à educação e à cidadania é o sonho possível trilhado pela Vaga Lume, que há 22 anos atua na implantação de bibliotecas comunitárias e na formação de mediadores de leitura na Amazônia Legal. Mais de 170 mil livros foram distribuídos a crianças e adolescentes da região, a partir de uma curadoria que preza pela valorização da diversidade cultural e do respeito à potência dos povos da floresta. 

Em maio, mês de celebração da Literatura Brasileira, a ONG convida os jovens leitores a conhecerem novas obras nacionais: são antologias indígenas, livros sobre a cultura afro-brasileira, aventuras infantis, histórias sobre relações de afeto e o amor pela arte. Confira, abaixo, os livros destacados na lista da Vaga Lume.

Kabá Darebu

Kabá Darebu

“Nossos pais nos ensinam a fazer silêncio para ouvir os sons da natureza; nos ensinam a olhar, conversar e ouvir o que o rio tem para nos contar”. Kabá Darebu é um menino-índio que nos conta, com sabedoria e poesia, o jeito de ser de sua gente, os Munduruku, sua etnia que vive na floresta amazônica. Ganhadora do selo Acervo Básico da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), a obra é um marco na literatura indígena, ressaltando a resistência e a luta dos povos indígenas por suas terras, memória e modo de vida.

Autor: Daniel Munduruku 

Ilustração: Maté

Originárias

Originárias

A obra é uma lindamente ilustrada antologia com narrativas de doze autoras contemporâneas de diferentes nações indígenas. A partir de sonhos, vivências comunitárias, histórias e modos de vida passados de geração em geração e da observação da natureza, as escritoras tratam dos mais diversos temas: aventuras, relações familiares, histórias de amor e amizade, contos de origem. Mesclando ficção com não ficção, as narrativas são acompanhadas por um glossário e um texto informativo sobre o povo indígena originário de cada autora.

Autoras: Auritha Tabajara, Bruna Karipuna, Chirley Maria Pankará, Eliane Potiguara, Glicéria Tupinambá, Lidiane Damaceno Krenak, Márcia Mura, Naine Terena, Simone Karajá, Telma Taurepang, Trudruá Dorrico e Vanessa Kaingang.

Ilustração: Mauício Negro

Veja também

Eu sou macuxi e outras histórias

Eu sou macuxi e outras histórias

A obra de estreia de Julie Dorrico pode ser lida de muitas formas. É uma celebração dos povos indígenas; de sua vida, seu idioma, seus símbolos e sua história. É o resgate e a afirmação da identidade de uma descendente do povo macuxi. E, além de tudo, pode ser lido como um libelo a favor da luta dos povos indígenas por suas terras, sua memória, seu modo de vida. Ao longo da narrativa, memórias pessoais da narradora e o imaginário de um povo se cruzam em uma linguagem envolvente e poética.

Autora: Julie Dorrico

Ilustração: Caboco Gustavo

Chama o Sol, Matias! 

Chama o Sol, Matias!

Matias é um pequeno garoto que, frente a uma situação de adversidade, clama pelo sol. Símbolo de esperança e felicidade, o astro-rei, ao iluminar o universo, acende também o mundo da criança. O sensível texto de Sonia Rosa encontra na ilustração de Camilo Martins a perfeita simbiose artística. É a partir das imagens que se revela o fato de o protagonista e sua família serem indivíduos negros. O livro, cujo ritmo e cuja musicalidade são patentes, traz poeticidade e delicada tessitura de questões sociais, raciais e desafiadoras apresentadas ludicamente às crianças.

Autora: Sonia Rosa

Ilustração: Camilo Martins

Mandisa e a Vovó Alegria

Mandisa e a Vovó Alegria

A história começa quando Mandisa sofre uma perda e deixa de sorrir. Para resgatar a felicidade da netinha, Alegria, uma avó que tem o hábito de levar a menina para visitar museus e bibliotecas, busca no passado a solução para o presente. A partir da abertura de um antigo baú, o livro passeia pelas riquezas culturais da África no período anterior à escravidão. Nesta convivência entre gerações, ensinamentos importantes sobre o gosto pela arte e pela cultura, ancestralidade, conexão com os antepassados africanos e amor familiar marcam profundamente a infância da menina. 

Autor: Vagner Amaro

Ilustração: Daniel Santana

Sobre a Vaga Lume 

Criada há 22 anos, a Vaga Lume está presente em 22 municípios da Amazônia Legal com 95 bibliotecas comunitárias. Desde 2001 já doou 177 mil livros e formou mais de 5 mil mediadores de leitura, voluntários que leem para as crianças, trabalho esse que já impactou a vida de 110 mil crianças e jovens. O seu propósito é empoderar crianças e jovens de comunidades rurais da Amazônia por meio da leitura e da gestão de bibliotecas comunitárias, promovendo intercâmbios culturais com a leitura, a escrita e a oralidade para ajudar a formar pessoas mais engajadas na transformação de suas realidades.