Diretora pedagógica comenta sobre os processos da infância
Silvia Adrião* Publicado em 15/07/2023, às 12h00
Mães e pais frequentemente me perguntam, mas até quando vai isso? Quando vai passar aquilo? Quando vai conseguir sozinho? Por que ainda acontece tal coisa? Jura que demora tanto?
Estou falando da infância. Até quando a criança vai querer mamar? Até quando vai precisar de ajuda para dormir? Até quando o chamará no banheiro? Até quando irá dizer que está com medo? Quando vai aprender a ficar quieta no restaurante? Até quando vai precisar de ajuda para se vestir? Até quando vou precisar ficar de olho do banho? Até quando vou ter acompanhar nas coisas? Quando vai deixar de pedir ajuda na lição de casa… Quando, quando?
Eu, mãe de adolescente, como quem vem do futuro, posso lhe garantir que a resposta para todas essas perguntas é: daqui a muito pouco tempo. Muito, muito pouco.
A gente vai ter um bebê por uns 730 dias, uma criança pequena por uns quatro quentes janeiros, uma criança curiosa e interessada por mais umas quatro apresentações de festa junina. E passou. E passa muito, muito rápido.
Depois, ficam as lembranças e a saudade daquele chorinho de colo, da noite que você passava velando o sono, do aviãozinho de colher na hora de comer, dos brinquedinhos escondidos no seu bolso, das histórias contadas ao pé da cama ou daquela tarde que lhe pedia atenção, “brinca comigo?”. Daqui a pouco, tudo isso terá passado. Tudo se tornará afetivas memórias que precisamos fechar os olhos para ativar. Logo, será uma pessoinha que cava sua individualidade, que necessita de espaço e que vai sair com pressa, muitas vezes, sem nem olhar para trás. E se fizermos tudo certo, é isso mesmo que vão querer, autonomia.
Então, mães e pais, aproveitem a infância de seus filhos com presença e muita paciência. É lindo vê-los crescer e ganhar asas, mas é muito, muito rápido.
*Silvia Adrião é Diretora Pedagógica da Escola AB Sabin