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Dia dos Pais: Entenda a influência do relacionamento paterno para a vida dos filhos

Especialista em autoconhecimento e inteligência emocional, Heloísa Capelas, fala sobre os impactos do relacionamento paterno

Redação Publicado em 11/08/2022, às 08h54

O relacionamento do pai com seus filhos deve ser, acima de tudo, um relacionamento com amor
O relacionamento do pai com seus filhos deve ser, acima de tudo, um relacionamento com amor

Celebrado no mês de agosto, o Dia dos Pais é também um momento de reflexão sobre essas relações que configuram a base familiar e que têm influência direta nos comportamentos e relacionamentos futuros. A Síndrome do Amor Negativo, por exemplo, é resultado dessa construção.

Na infância, nossos pais nos dão todas as referências que levaremos para a vida. Eles nos contam o que é bom ou não, o que é certo ou não. Nós nascemos puros, sem nenhuma dessas informações, e por meio da interação – vendo ou ouvindo o que fazem – nós instalamos aos poucos as noções mais básicas da vida. Enquanto crianças, os pais são nossa inspiração, desejamos copiá-los porque queremos que nos amem irrestrita e incondicionalmente. Mas, então, um belo dia, vem o desamor e muda tudo, seja por uma contrariedade, seja por uma bronca e, pela primeira vez, entramos na vingança, juramos que ‘quando eu crescer, você vai ver’”, comenta Heloísa Capelas, uma das mais reconhecidas especialistas em autoconhecimento e desenvolvimento do potencial humano e autora do livro Inovação Emocional.

Heloísa destaca ainda que os relacionamentos entre pais e filhos são responsáveis por desencadear uma série de comportamentos na vida adulta, como se agíssemos em piloto automático, apenas replicando as experiências que vivenciamos antes como filhos e agora como pais.

“Tudo que os filhos precisam é de amor. E amor não significa falta de limites. O que acontece é que determinadas situações vividas na infância acabam gravadas no subconsciente e despertam a Síndrome do Amor Negativo, um comportamento movido pela alta necessidade do senso de pertencimento, e ainda que cientes das falhas do nosso sistema familiar, continuamos copiando essa estrutura como prova de amor aos nossos pais. Se meu pai me corrigia com uma palmada, farei igual, pois funcionou para mim. A pergunta é: funcionou mesmo? Ou esse episódio compõe parte do lixo emocional que você carrega? É nessa iniciativa que você realmente acredita?”, propõe a especialista.

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Como um caminho que deva ser percorrido diariamente, a reflexão instigada por Heloísa Capelas tem como base o autoconhecimento; entender, de fato, a base da relação paterna, identificar as situações que criaram mágoas e tentar entender por que aconteceram, evitando replicá-las em seu convívio atual.

“Quando nos libertamos dos paradigmas do passado, ganhamos a chance de escolher, mudar, fazer diferente, ou igualzinho – mas por escolha, não de modo compulsivo e automático. Compreender todas essas situações, positivas e negativas, faz parte do princípio da autonomia emocional, o que vai te permitir agir exatamente de acordo com suas decisões genuínas. Em tempos tão agitados, em que tudo é para ontem, onde muitos vivem de acordo com o mundo das redes sociais, as relações precisam dessa atenção. Para inovar e fazer diferente é preciso olhar para nossa história, só assim conseguiremos criar elos saudáveis e relacionamentos mais positivos e sustentáveis ao longo da vida”, conclui Heloísa.