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Amor-próprio e autoconfiança são fundamentais para crianças descontruírem crenças limitantes

Por meio do livro “Liga da Identidade”, ensino a crianças e adolescentes sobre a importância de se entenderem como únicos e especiais

Ana Suarez* Publicado em 04/08/2024, às 06h00

A Liga da Identidade ensina crianças a valorizar suas identidades e enfrentar a influência negativa da opinião alheia
A Liga da Identidade ensina crianças a valorizar suas identidades e enfrentar a influência negativa da opinião alheia

Há anos vivendo em solo estrangeiro - primeiro em Munique, na Alemanha, e depois em Lucerna, na Suíça - me deparei com alguns desafios com relação à educação de minha filha. Percebi que, por diversas vezes, sua criatividade e identidade eram podadas por professores rígidos e metódicos, impedindo que se expressasse de forma autêntica, fato que me angustiava bastante. Para incentivar minha filha e demais crianças e adolescentes a desconstruir crenças limitantes que muitas vezes a escola e família perpetuam e, dessa forma, fazer com que acessem todo o potencial que possuem, nasceu o livro infanto-juvenil, a Liga da Identidade.

Primeiro volume de uma série, a obra apresenta, com o apoio de ilustrações, o universo da Liga da Identidade, união de super-heróis cuja missão principal é ajudar as crianças a compreender as cinco identidades que forjam todos nós. Assim, detalho os personagens principais da trama (quatro super-heróis e um vilão) e as cinco identidades que compõem todos os seres humanos.

O primeiro personagem apresentado por mim é o super-herói Téo. Descrevo-o como um homem muito sábio, considerado o mais poderoso do grupo. Seu objetivo primordial é fazer as crianças entenderem suas identidades únicas e ouvirem a voz que vem de seus corações. Teo está relacionado à compreensão da primeira das identidades que compõem os seres humanos: aquela que vem da Fonte de Tudo (Deus).

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O segundo personagem retratado é o super-herói Benjamin, o Ben; uma criança corajosa, criativa e inteligente, que visita as crianças para fazer entendê-las que cada um tem a sua própria personalidade e que as pessoas devem se gostar e gostar dos outros por suas diferenças. Ben está associado à segunda faceta da identidade do ser humano, aquela que diz que ninguém é igual a ninguém e que faz cada indivíduo ser especial, amado e único.

A super-heroína Mai, uma mãezona que adora cuidar de sua família, é a terceira personagem anunciada na trama. Descrevo-a como bondosa, dedicada, guiada por princípios, cujo objetivo é auxiliar as crianças a compreenderem melhor o que seus pais querem ensinar. Mai está atrelada ao entendimento do terceiro aspecto que forma a identidade de cada indivíduo, aquele que se origina a partir dos pais.

Adolescente gênio dos idiomas e que é mestre em solucionar problemas, o super-herói Nico é o quarto personagem mostrado no livro. Nico ama contar histórias sobre os diferentes lugares do mundo onde já esteve e aparece sempre para mostrar às crianças que elas podem viver em paz independentemente de onde nasceram ou moram. O lado da identidade que Nico busca elucidar para as crianças é aquele referente à terra natal ou local onde reside.

Por fim, apresento no livro o vilão da trama. Vil é o seu nome. Mentiroso, fofoqueiro e invejoso, ele apenas tem aparência de forte, mas, na verdade, é fraco, tanto que se esconde atrás de uma máscara. Vil só quer saber de cuidar da vida dos outros e utiliza as ondas da internet para disseminar suas maldades. Não à toa o aspecto da identidade que ele mais gosta é aquele associado à opinião alheia. Destaco que as crianças não devem se importar com o que os outros falam ou pensam que elas são, portanto é fundamental que ignorem Vil.

Assim, de forma lúdica, por meio de personagens aos quais os leitores infanto-juvenis costumam adorar (super-heróis), mostro a eles (e a seus pais e cuidadores) a importância de se entenderem como únicos e especiais, e amarem a si próprios justamente por isso. Abordo ainda, materializado na figura de Vil, os perigos que a internet e as redes sociais costumam abrigar: fotos e vídeos que na maioria das vezes não condizem com a realidade e mensagens de bullying cujo principal objetivo é retirar das pessoas o amor-próprio e autoconfiança, aspectos fundamentais para que levem uma vida saudável e plena.

* Ana Suarez é formada em Medicina Veterinária, mestre em Reprodução Animal e doutora em Biotecnologia. Fez sua transição de carreira em abril de 2020, tornando-se escritora. Hoje tem cinco livros publicados. É também proprietária da Editora Flow, especializada em livros motivacionais.