Evento reuniu mais de 90 membros do Povo Tupinambá no Rio entre 1 e 5 de julho, com rituais e discussões sobre direitos indígenas
Redação Publicado em 14/07/2025, às 06h00
Organizada pelo Conselho Indígena Tupinambá de Olivença (CITO), a II Vigília do Manto Sagrado Tupinambá reuniu em julho mais de 90 membros do Povo Tupinambá de Olivença, que chegaram à capital fluminense na noite do dia 1º de julho. A delegação ficou hospedada no Unicirco Marcos Frota, localizado na Quinta da Boa Vista, e permaneceu no Rio até o dia 5 de julho para realizar a programação da Vigília no Museu Nacional.
A escolha da data carrega um sentido profundo de reparação: em 4 de julho de 2024, quando o Manto retornou ao Brasil após mais de três séculos na Dinamarca, o povo Tupinambá foi impedido de realizar seus rituais. Neste ano, a Vigília foi organizada para que os Tupinambá possam finalmente celebrar o retorno do Manto com seus cantos, rezos e cerimônias espirituais.
A Vigília é um ato espiritual, político e cultural que reafirma os laços entre o Manto Sagrado Tupinambá — considerado um ancião vivo — e seu povo. Além de reivindicar o retorno definitivo do Manto à Aldeia-Mãe Olivença, no sul da Bahia, o evento denuncia a morosidade na demarcação do Território Tupinambá de Olivença, que há 16 anos aguarda apenas a assinatura da portaria declaratória pelo Ministério da Justiça e, em seguida, a homologação pela Presidência da República.
A programação contou com rituais, rezos, visitações ao Manto, bem como mesas de conversa sobre direitos indígenas, território, espiritualidade, arte e repatriação de patrimônios culturais.
A delegação Tupinambá esteve acompanhada por convidados e apoiadores que fortalecem a visibilidade da causa. Entre eles, o Boi Caprichoso — cuja participação marca a continuidade da aliança firmada com o povo Tupinambá durante o Festival de Parintins, reforçando o tema “É tempo de retomada”.
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