A fisioterapeuta Dra. Marcela Couto explica como a neuromodulação pode melhorar a condição do paciente com Parkinson
Redação Publicado em 16/11/2022, às 06h00
Independente da doença tratada, é comum que alguns pacientes esperem soluções rápidas e eficientes apenas com o uso de medicamentos, porém, na maioria das vezes o problema precisa de intervenções mais apropriadas para a situação. Segundo a fisioterapeuta Marcela Couto, esse é o caso da Doença de Parkinson (DP), que possui diversas opções de tratamento eficazes e que não devem ser renegadas.
As técnicas de neuromodulação não invasiva são utilizadas em várias patologias, como distonias, ansiedade e dores crônicas, além da Doença de Parkinson e em pacientes pós-AVC. Em outras palavras, trata-se de um tratamento que tem como objetivo melhorar os sintomas e/ou retardar a evolução de disfunções neurológicas e psiquiátricas”, explica a especialista.
Um dos sintomas mais impactantes da enfermidade são os problemas de marcha, logo a estimulação transcraniana não invasiva pode modular a excitabilidade cortical das regiões relacionadas à marcha. “Os distúrbios de marcha são deficiências debilitantes que aumentam o risco de queda em pacientes e impactam negativamente na qualidade de vida”, alerta Dra. Marcela.
A técnica de estimulação cerebral não invasiva é a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC), na qual uma corrente elétrica fraca é aplicada através do couro cabeludo com o objetivo de alterar processos cerebrais. “Ou seja, este procedimento induz modificações em larga escala a fim de melhorar os sintomas do Parkinson”, explica a especialista.
Segundo Couto, o comprometimento cognitivo também é uma das manifestações não motoras mais comuns da doença de Parkinson, como regra, já está presente no momento do diagnóstico, e a prevalência total de demência associada à DP atinge entre 75 a 90% dos pacientes, com uma duração da doença superior a 10 anos. O comprometimento cognitivo também afeta negativamente a atividade diária dos pacientes com DP e aumenta a taxa de mortalidade e o risco de desenvolver outras doenças.
Dessa forma, apesar do Parkinson ser uma doença sem cura, é imprescindível que os pacientes, assim como seus familiares e equipe responsável pelo tratamento entendam que apenas o uso de medicamentos não é suficiente para amenizar sintomas e preservar a qualidade de vida. “Com o uso da neuromodulação, é possível alcançar um maior controle das alterações, inclusive de fatores como memória e linguagem, fazendo com que estes aspectos permanecem intactos por mais tempo”, declara Dra. Marcela.
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