A infectologista e clínica geral Dra. Ana Rachel Seni Rodrigues explica como ocorrem as transmissões de doenças infecciosas e a importância de preservação
Redação Publicado em 22/08/2022, às 06h00
O estudo "Lancet Countdown on health and climate change: code red for a healthy future" ("alerta vermelho para o futuro da saúde"), publicado como parte de um trabalho produzido por 43 instituições de pesquisas e agências da ONU (Organização das Nações Unidas), aponta que as medidas globais de combate à crise climática não têm sido suficientes para alcançar metas de sustentabilidade, nem refrear que as atuais condições ambientais favoreçam cada vez mais a proliferação de doenças infeciosas.
Segundo a infectologista e clínica geral Dra. Ana Rachel Seni Rodrigues, as doenças resultantes de mudanças climáticas podem prejudicar a população de variadas formas e, geralmente, são transmitidas pela água, pelo ar, por comida ou por vetores, como os mosquitos.
Tais consequências fazem com que seja imprescindível uma atuação mais eficiente da sociedade e dos responsáveis por políticas públicas no que diz respeito a eventos, como deslizamentos e inundações, insegurança alimentar e alterações nos habitats de seres vetores de enfermidades – que afetam diretamente o bem-estar de todas as pessoas”, explica Rodrigues.
A especialista ainda alerta que as mudanças mais associadas a perda de saúde e bem-estar estão sempre relacionadas a temperaturas extremas e diminuição da qualidade do ar e da água. “Um exemplo são as reações do organismo aos tempos mais frios e secos, quando se intensificam os casos de gripes e resfriados, pneumonia, asma, otite, bronquite, alergias, entre outros.”
Já o favorecimento de eventos pandêmicos é um fator geralmente desencadeado pelo deslocamento do habitat de certas espécies, o que faz com que os agentes patogênicos, isto é, organismos responsáveis pela transmissão e multiplicação das doenças, carreguem o DNA do anfitrião anterior para infectar um novo hospedeiro. “Muitas vezes, seres humanos vulneráveis e sem resistência adquirida.”
Diante desse cenário, a infectologista reforça a importância de preservação do meio ambiente por toda a sociedade, já que as doenças infeciosas e mudanças climáticas não respeitam nenhum tipo de fronteira. “Oferecer melhores condições de saúde, desigualdade reduzida e sustentabilidade econômica e mundial devem ser metas a serem buscadas em ações que garantam um futuro melhor para todos.”
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