Crianças e jovens também sofrem com ansiedade

Um em cada dez jovens de 5 a 24 anos necessitam de cuidados com a saúde mental; pedagoga escreve livro infantil para ajudar crianças a lidar com ansiedade

Redação* Publicado em 12/04/2024, às 06h00

Livro de Fernanda King "A bailarina e a flor" -

Crianças e jovens não estão livres de transtornos de ansiedade, conduta e depressão, de acordo com a Associação Médica Americana. Um estudo da associação publicado no final de janeiro aponta que um em cada dez jovens entre 5 e 24 anos apresenta pelo menos um transtorno mental como os já descritos.

A pesquisa foi feita com base nas informações do banco de dados internacional Global Burden of Disease (GBD), com 159 países, e estima que cerca de 293 milhões de crianças, adolescentes e jovens adultos sofrem algum transtorno mental.

Nas faixas mais novas de idade (5 a 9 anos e 10 a 14 anos), a incidência de casos é de 7%, mas as ocorrências entre os grupos de idade acima (15 a 19 anos e 20 a 24 anos) dobram, chegando a 14%. Ainda conforme o estudo, a baixa incidência de casos nas idades mais novas, comparado às demais, mostra que as principais ações de prevenção e cuidados com a saúde mental devem acontecer na infância e adolescência.

 

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Frio na barriga

Observando que as crianças começam a conviver desde cedo com sentimentos de difícil expressão, como a ansiedade, a pedagoga Fernanda King, fundadora da Escola Petit Kids, escreveu o livro infantil “A bailarina e a flor (Editora Appris, 2024)”, ilustrado por Lya Alves e revisado por Arildo Junior e Nathalia Almeida, para ajudar crianças a lidarem com emoções negativas e como os pais podem ajudar.

A história é sobre uma menina que vai participar de uma apresentação de balé na escola, mas não consegue parar de pensar no que vai acontecer no grande dia. Mesmo com ela se preparando muito, chega o dia da apresentação e as coisas não saem como o esperado. Diante de uma situação imprevista, a pequena bailarina enfrenta o desafio de se superar e fazer o espetáculo.

É normal a criança sentir ‘frio na barriga’ quando vai subir ao palco para participar de uma peça ou apresentar um trabalho na sala, explica Fernanda. “Crianças pequenas já sentem ansiedade e o livro aborda essas e outras questões importantes, como a participação ativa da família na vida dos filhos. Isso inclui presença, amor e muito acolhimento.”

Essa é a chave para apoiar os filhos, reforça Fernanda. “Pais que criam vínculos amorosos com a criança desde o nascimento são decisivos na formação de indivíduos socialmente equilibrados.”

Sobre Fernanda King

Pedagoga com pós-graduação em Desenvolvimento Infantil, tendo formação especializada em educação infantil na Itália (metodologia Reggio Emília) e Argentina, é diretora e fundadora da Escola Infantil Petit Kids. Apesar de ter começado sua carreira como publicitária, profissão que trouxe essa carioca para São Paulo, a maternidade a fez mudar de profissão. Abriu sua própria escola em fevereiro de 2015 com o propósito de educar sua filha de forma mais humanizada. Daí passou a estudar a nova área, se tornando além de mantenedora escolar, uma diretora engajada na busca de uma forma de educar afetiva e acolhedora.

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