Viveremos um Dia a Dia das Mães sem Bullying e sem Assédio Moral?

Bullying é crime e provoca muito sofrimento, tanto de quem é alvo quanto de toda a família, assim como o assédio moral

Guto Maia* Publicado em 12/05/2024, às 09h00

Guto Maia com a família - Arquivo pessoal

O Bullying pode ser definido como um comportamento repetitivo e intencional de agressão, intimidação ou abuso, geralmente exercido por uma pessoa ou grupo mais forte contra alguém que tem dificuldade em se defender. Isso pode acontecer de várias formas, incluindo agressão física, verbal, social ou emocional, e pode ocorrer em diversos contextos, como na escola, no trabalho ou online. O bullying pode ter sérias consequências para a saúde mental e emocional da vítima e é importante combatê-lo com medidas de prevenção e intervenção adequadas.

 

Assédio moral

O Assédio Moral é definido como qualquer conduta abusiva, seja ela verbal, gestual, física, que ocorra de forma repetitiva e prolongada durante o tempo, e que tenha por objetivo ou efeito atingir a dignidade ou integridade psíquica ou física de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho. Essa definição é frequentemente aplicada em contextos profissionais, mas conceitualmente, o Bullying se encaixa nessa descrição quando ocorre em outros ambientes, como escolas, universidades, ambientes sociais, entre outros. Em resumo, o bullying pode ser considerado uma forma específica de assédio moral quando ocorre de maneira sistemática e prejudicial à vítima.

 

Lugar de Fala

Aflição das mães e famílias: O grande nó social da condição da neurodivergência visível e invisível e na neurodiversidade complexa, acontece quando o indivíduo com deficiência precisa ser representado por não ter intelecção ou cognição suficientes para colocar-se no debate, Ele será sumariamente trucidado pelo capacitismo do espírito de corpo das próprias pessoas com deficiência preservadas intelectualmente.  O nível intelectual e de caráter dos representantes e de todos os envolvidos na discussão, pesa no direito à representatividade em cada contexto, havendo geralmente preconceito contra o representante, por pressupostamente não ter lugar de fala. O terreno é escorregadio e movediço.

 

A partir de um texto provocativo

“O Bullying pode vir a ser estimulado, acobertado e incentivado pelos pais e professores, quando consideram que os seus filhos e alunos brilhantes tem coleguinhas "sensíveis" demais, “fresquinhos” ou “veadinhos”. São pais e professores machistas e capacitistas que consideram que um corretivo bem dado "curará" a criança, adolescente ou adulto cheios de "mimimi", ajudando-os a serem "gente de verdade" como eles são. Esse é um fator social que não se muda rapidamente. Demorará anos ou décadas, talvez, para melhorar”.

Pude contatar, a partir deste texto enviado para algumas pessoas de confiança, o quanto o tema da violência moral e física é presente no nosso universo da neurodiversidade complexa e neurodivergência em todos os níveis. O capacitismo estrutural e estruturante é algo que tece um véu de pavor sobre todas as famílias que têm seus entes mais vulneráveis. As cidades e, principalmente, as escolas onde os nossos jovens passam a maior parte do tempo, não oferecem segurança de convívio entre os próprios estudantes. Vivemos tempos bem assustadores na convivência social.

 

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O Bullying pode ser estimulado pela ausência do conhecimento de pais e professores, muitos não possuem informações suficientes sobre deficiências e suas diversas formas de expressão e carregam pensamentos machistas e capacitistas em relação às pessoas com deficiência. Esses estereótipos negativos podem ser internalizados pelos pais, influenciando sua forma de educar e interagir com seus filhos e a resposta é a reprodução desses comportamentos no ambiente escolar.

O Bullying pode ser aprendido em casa, na escola ou até mesmo na internet. Se a criança ou o jovem presenciar ou sofrer Bullying em seu ambiente, ele pode achar que esse comportamento é normal e aceitável, repetindo-o com outras pessoas.

Se o ambiente familiar é machista e capacitistas, os comportamentos desses filhos são reproduzidos nos ambientes escolares, muitas vezes, quem pratica Bullying não tem noção do impacto psicológico e emocional que suas ações podem causar na vítima. Não sabem que o Bullying pode levar à depressão, ansiedade, baixa autoestima, automutilação e até mesmo suicídio.

Esse tema é extremamente delicado! Assim como outros atuais. O Bullying, assim como todo tipo de assédio, não podem ser vistos de uma forma unidirecional. Há um conjunto de fatores que promovem esse comportamento e, portanto, não é possível atribuir-se exclusivamente aos pais e professores. Mas, há necessidade de conscientização de que o problema existe e todos somos responsáveis.

 

Participaram do debate

Mariana Kotscho,  Danielle Campelo, Carla Schneider Balestrini, Fabi Gonçalves, Dany Serra, e Raquel Freitas.

Dedicado a Rossana Rosengarten.

Em memória de Nilza Maia Baptista.

*Guto Maia (José Augusto Maia Baptista). Neurocientista, fundador (com seu filho, Pedro Rosengarten Baptista, graduando em Tecnologia de Eventos e pessoa com autismo): da 1ª Escola do Pensamento Fora do Padrão / Ensino por Outro Caminho / UNIVERSIDADE ABERTA à Neurodivergência e Neurodiversidade Complexa Visível e Invisível (Um projeto de estudo e pesquisa da Saúde do Cérebro)

Neuropsicopedagogo Clínico e Institucional (CBO 2394-40/45),  2023.

Professor pesquisador Convidado ENSP/FIOCRUZ/Rio (Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, Rio, 2023/24.

Professor pesquisador Departamento Neurociências Faculdade Finaci/SP, 2023.

Pós-graduado Especialização em Docência do Ensino Superior Faculdade Minas/MG, 2023.

Pós-graduado em Especialização em Direitos Humanos, Saúde, Acessibilidade e Inclusão (ENSP/Fiocruz/Rio), 23/24.

Pós-graduado em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional Faculdade Minas/MG, 2023.

Graduação em Ciências Sociais Licenciatura Universidade Nove de Julho/SP, 2022.

Concluiu 11 cursos em Ciência Aberta Escola Nacional de Saúde Pública / Fiocruz/Rio, 2023.

Site: https://www.doisdobrasil.com  

Email: maiagutomaia@gmail.com

 

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