Dia Internacional da Síndrome de Down: conquistas e desafios na jornada da inclusão

Na próxima quinta-feira será celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Para quem não sabe, o dia 21/3 foi escolhido como referência à condição genética das pessoas com a síndrome, que possuem com 3 cromossomos no par 21 das pessoas com a síndrome.

A escolha da data foi proposta pelo Brasil e aprovada em consenso pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2011. Estima-se que em nosso país ocorra 1 nascimento de pessoa com a síndrome a cada 700 partos. Segundo o IBGE, cerca de 300 mil pessoas vivem com síndrome de Down no país, sendo que um dos grandes desafios é a inclusão.

De acordo com a Fundadora da ONG Nosso Olhar, Thaissa Alvarenga,  dentre muitos desafios que temos, para além da assistência de pessoas com a síndrome de Down, um dos principais é o de educar a sociedade para recebê-los adequadamente nos diversos espaços de atuação social: “A pessoa com esta condição pode fazer tudo - estudar, trabalhar, participar ativamente da construção de um mundo melhor - mas dentro de seu próprio tempo e com as oportunidades para seu desenvolvimento. Nós precisamos educar a sociedade a vê-los de outra forma, a terem mais acesso e oportunidades reais”, conta Thaissa.

Veja também

• Como ajudar no desenvolvimento de crianças com T21, a “Síndrome de Down”
• Inclusão: os censos ainda não trazem dados o suficiente sobre diversidade intelectual
• Educação Inclusiva: segurança na legislação é fundamental para evitar retrocessos

A jornada de Thaissa como alguém que apoia e trabalha na causa das pessoas com deficiência Intelectual teve início com o nascimento de Chico, um de seus filhos, junto com a Maria Clara e Maria Antonia. O pequeno Chico, hoje com 10 anos, nasceu com síndrome de Down e foi a grande inspiração para criar a Ong Nosso Olhar, que promove oficinas culturais como música, origami, pintura, expressão corporal, espetáculos teatrais, exposições de artes visuais, e projetos ligados às práticas de esporte como futebol e jiu jitsu.

Além disso, na ONG também há as áreas de terapia fonoaudiológica, Terapia ABA, TO, sala de  integração sensorial,  psicomotricidade e apoio pedagógico do Programa Nosso Olhar para o futuro. “A chegada do Chico promoveu uma verdadeira transformação na minha vida  e na de todo um ecossistema, que hoje possibilita uma maior inclusão de pessoas com Síndrome de Down e neuro divergentes”, comemora Thaissa.

Para 2024, a Nosso Olhar deve atender mais de 150 pessoas com deficiência intelectual e de neurodivergentes, além de promover, em parceria com o Grupo Chaverim, a segunda edição do Fórum Amigos da Inclusão. O evento, que ocorre no próximo dia 26 de março, em São Paulo, trará como tema a “Autonomia e protagonismo” das Pessoas com Deficiências e tem como objetivo fomentar conteúdos sobre a autonomia de pessoas com deficiência e sua importância na prática do ESG, debater tendências e ideias inovadoras relacionadas a esse público, além de compartilhar experiências, gerando, assim, importantes transformações sociais.

Um mundo com maior inclusão e aberto ao diferente é a grande meta da jornada de Chico, Thaissa e da Nosso Olhar.