A diretora pedagógica Silvia Adrião compartilha seus desejos e sonhos para as crianças no próximo ano
Silvia Adrião* Publicado em 12/12/2022, às 06h00
Com a chegada ao final de 2022, vem também o momento de fazermos a lista dos desejos para o novo ano. Desta vez, quero propor uma lista diferente: quero imaginar tudo que podemos desejar às crianças, com a certeza de que uma sociedade que cuida das suas crianças é uma sociedade com grandes chances de prosperar!
Então, para o ano novo, eu desejo:
- Que todas as crianças possam brincar. Brincar sozinhas e com outras crianças, sem que ninguém diga que estão perdendo tempo ou deixando de aprender... Melhor, desejo que os adultos entendam que brincar é a tarefa mais importante da infância;
- Que todas as crianças possam ver, mesmo que por algumas vezes no ano, a natureza intacta, protegida, a natureza real. Que possam conhecer o bicho-preguiça ou o tamanduá. Que saibam que tem gente protegendo as onças do Pantanal e os tigres do Tibet. Desejo que as crianças possam confiar que haverá floresta amanhã, depois de amanhã, no ano que vem e nos próximos também;
- Que todas as crianças possam aprender as coisas belas do mundo, conheçam as histórias dos povos originários e a Quinta Sinfonia de Beethoven, descubram os cálculos e as receitas das avós. Que saibam diferenciar um inseto de um aracnídeo, mas também reconheçam o valor do equilíbrio para um ecossistema. Desejo que aprendam tudo que quiserem aprender, e que nada disso lhes sirva para que se vejam superiores a ninguém;
- Que nenhuma criança seja exposta a qualquer tipo de violência, armas ou situações de risco, nada que lhe roube a paz ou que a obrigue a achar natural a violência;
- Que todas as crianças possam desejar, acreditar em algo que as faça mais felizes e plenas, ainda que seja qualquer coisa comum aos olhos dos adultos. Que nada nem ninguém roube das crianças a vontade de sonhar;
- Que nenhuma criança fique doente ou sem vacina. Mas, se ficarem, que tenham os melhores cuidados possíveis para que logo se recuperem;
- Que nenhuma criança sofra qualquer tipo de discriminação. Desejo que cresçam conscientes de suas potências e virtudes e, ao mesmo tempo, solidárias e responsáveis, pois dependemos uns dos outros para fazermos uma sociedade melhor. Que desenvolvam a empatia, capacidade fundamental para olhar o outro com respeito e dignidade;
- Que todas as crianças tenham escola e férias escolares, casa e praça para brincar. Que tenham seu cantinho preferido e um lugar para partilhar com os amigos. Que tenham um feliz aniversário, com bolo, docinho e muito amor. Que possam ajudar em casa, mas que não sejam responsáveis por uma casa. Que possam ter livros, mas que visitem bibliotecas. Que possam ler histórias, mas que tenham alguém bem amoroso para lhes contar lindas e divertidas fábulas. Que tenham coragem para tomar banho de chuva e colo bem quentinho quando precisarem de abrigo;
- Desejo que tenham uma casa amorosa, um bairro seguro, uma cidade acolhedora e um país respeitoso para cada criança deste mundo;
- Que todos os adultos aprendam, de uma vez por todas, que os direitos das crianças são fundamentais e inadiáveis.
Feliz ano novo para as infâncias!
*Silvia Adrião é diretora pedagógica da Escola AB Sabin
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