Descubra como casos de lúpus podem afetar qualquer pessoa, principalmente mulheres, e a importância do diagnóstico precoce para um tratamento eficaz
Ingrid Moss* Publicado em 24/03/2025, às 06h00
Embora a maior incidência ocorra em mulheres jovens, entre 20 e 45 anos, o lúpus pode acometer pessoas de qualquer idade, gênero ou raça. Trata-se de uma condição complexa, com impacto significativo na qualidade de vida e que demanda atenção e cuidados contínuos.
É uma doença autoimune (ou imunomediada), que ocorre quando o sistema imunológico, que normalmente nos protege contra infecções, começa a provocar inflamações nos próprios tecidos do corpo, o que pode acontecer em várias partes do organismo, como pele, articulações, rins, coração e pulmões. Por se tratar de uma doença pouco comum que pode acometer vários órgãos do corpo, o diagnóstico nem sempre é fácil e rápido.
Atualmente, o lúpus não tem cura. No entanto, é importante destacar que ele pode ser controlado. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, muitas pessoas conseguem levar uma vida ativa e produtiva, mesmo convivendo com a doença. A chave para o sucesso no manejo do lúpus está no acompanhamento médico regular e na adesão ao tratamento.
O tratamento do lúpus varia de acordo com os órgãos afetados e a gravidade dos sintomas. Ele pode incluir desde medicamentos tópicos (como cremes para as lesões de pele) até imunossupressores e terapias biológicas. Além disso, é essencial adotar hábitos de vida saudáveis, como evitar exposição excessiva ao sol, praticar atividades físicas regulares e manter uma alimentação equilibrada.
Assista ao Papo de Mãe sobre lúpus
A abordagem personalizada é fundamental. O lúpus apresenta diferentes manifestações em cada paciente, e o tratamento precisa ser ajustado às necessidades individuais. Por isso, a parceria entre médico e paciente é indispensável para alcançar os melhores resultados.
Infelizmente, ainda não é possível prevenir o lúpus, uma vez que uma única causa exata não pode ser determinada. Sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais estão envolvidos, mas não há uma forma comprovada de evitar o aparecimento da doença. Sabemos, entretanto, que em determinadas pessoas com predisposição genética, alguns hábitos como o tabagismo podem facilitar o surgimento da doença.
No entanto, é possível reduzir o impacto do lúpus por meio de ações preventivas voltadas para o diagnóstico precoce e o manejo adequado. Conhecer os sintomas, como dores articulares frequentes (por vezes com inchaço nas articulações), febre persistente e manchas na pele, pode fazer toda a diferença. Ao notar sinais suspeitos, procure um médico um reumatologista.
Embora o lúpus não tenha cura, os avanços na medicina têm proporcionado novas opções terapêuticas que melhoram significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a conscientização sobre a doença tem crescido, permitindo que mais pessoas tenham acesso a informações e ao cuidado necessário. Apoio, informação e acompanhamento médico são pilares fundamentais para enfrentar essa jornada.
*Ingrid Moss é médica reumatologista e presidente da Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro (SRRJ)