Entenda como exames detalhados podem identificar deficiências nutricionais e autoimunes e ajudar a desinflamar o corpo
Jacqueline Tedim* Publicado em 09/09/2025, às 06h00
Cada vez mais mulheres têm buscado alternativas para entender melhor o próprio corpo e prevenir doenças. Nesse cenário, os exames de sangue individualizados se tornam aliados fundamentais, especialmente no acompanhamento de doenças autoimunes, problemas hormonais e processos inflamatórios silenciosos.
Ao contrário dos exames tradicionais, que muitas vezes ficam restritos a parâmetros básicos, essa abordagem analisa de forma detalhada biomarcadores que indicam inflamação, deficiências nutricionais, desequilíbrios hormonais e até riscos futuros para a saúde. Essa leitura ampliada permite que a nutricionista proponha estratégias personalizadas de suplementação e alimentação.
Um exemplo é o caso de Aline, paciente que convivia com sintomas de fadiga constante e dores articulares. Pelos exames tradicionais, tudo parecia dentro da normalidade. Porém, em um rastreio mais detalhado, foi possível identificar deficiências específicas de vitaminas e sinais de inflamação. A partir daí, ajustes nutricionais e suplementação direcionada trouxeram melhora significativa na disposição e nos sintomas.
Estudos recentes confirmam essa importância. Pesquisas brasileiras, como as conduzidas pela Universidade de São Paulo (USP), mostram que inflamações crônicas de baixo grau estão diretamente associadas ao desenvolvimento de doenças autoimunes, obesidade, diabetes e até quadros depressivos. O rastreamento de biomarcadores, portanto, pode atuar como uma ferramenta de prevenção.
Para mulheres, esse cuidado é ainda mais relevante, já que fatores hormonais e de rotina (como estresse, sobrecarga emocional e múltiplas jornadas) aumentam a vulnerabilidade ao desequilíbrio metabólico e inflamatório. Ter um acompanhamento próximo, que une ciência, nutrição e individualidade, significa cuidar da saúde de forma mais completa e acolhedora.
Mais do que diagnosticar doenças, os exames individualizados ajudam a prevenir, corrigir desequilíbrios e promover qualidade de vida. É um convite para olhar o corpo como um sistema único e em constante diálogo com a alimentação e o estilo de vida.
*Jacqueline Tedim é nutricionista clínica com mais de 15 anos de experiência, formada pela UNIRIO, é especializada em doenças autoimunes, obesidade inflamatória, lipedema e emagrecimento, com foco na desinflamação.
*Com edição de Marina Yazbek Dias Peres