A geriatra especialista em cuidados paliativos, Dra. Maria Carolyna Fonseca Batista Arbex, explica que o acompanhamento busca melhorar a qualidade de vida
Redação* Publicado em 14/10/2023, às 06h00
Celebrado anualmente no segundo sábado de outubro, em 2023, o Dia Mundial de Cuidados Paliativos ocorre no dia 14 e tem como objetivo informar a população sobre a importância dessa abordagem. Segundo a especialista Dra. Maria Carolyna Fonseca Batista Arbex, na terceira idade, esse tipo de tratamento visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes e familiares diante de condições que ameacem a continuidade da vida.
“Definidos pela Organização Mundial de Saúde ainda em 1990, os cuidados paliativos consistem em uma modalidade de assistência que cuida de doentes crônicos, cuja enfermidade se encontra em progressão e ameaça a continuidade de existência do paciente. Ou seja, os especialistas nessa abordagem irão tratar da pessoa e não mais de suas doenças, olhando as suas necessidades e sintomas, sob aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais”, comenta.
Dessa forma, Dra. Maria Carolyna acredita ser necessário modificar a atenção em relação a esses pacientes, especialmente na terceira idade, quando muitas vezes o idoso é encaminhado com problemas graves ao hospital, e de lá para a UTI, mesmo com poucas chances de sobrevivência. “Em alguns casos, prestar um atendimento humanizado, desde o começo, poderia ser uma ação muito mais efetiva, e que permitiria ao paciente um processo de despedida mais harmonioso e próximo dos seus familiares”.
A geriatra também explica que os cuidados se estendem sobre a família não apenas durante o tratamento, mas também após a morte do paciente, prestando assistência no período de luto. “Lembrando que o ideal é que o acompanhamento comece antes de a pessoa se encontrar em estado terminal, já que o conceito paliativo consiste em promover a qualidade de vida dos envolvidos por meio da prevenção e alívio do sofrimento, o que pode ser feito desde o início do diagnóstico”.
Diante desse cenário, Dra. Maria Carolyna reforça que receber cuidados paliativos não significa que não haja mais nada a fazer pelo paciente, mas sim que, ao diagnóstico de uma doença crônica grave, que ameace a vida, uma equipe de profissionais especializados poderá cuidar de quem está doente e daqueles que o cercam. “Ao contrário do que acredita o senso comum, o tratamento não prepara a pessoa para a morte, mas a protege de todas as possíveis dores no que pode ser o final da sua jornada”.
*Sobre a Dra. Maria Carolyna Fonseca Batista Arbex
Formada em Medicina pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP -Universidade Federal de São Paulo), especialista em Geriatria pela UNIFESP e SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), mestre em Ciências da Tecnologia e Atenção à Saúde pela UNIFESP e especialista em Cuidados Paliativos pela Organização Latinoamerica Pallium e Universidad Del Salvador. É médica assistente do Ambulatório de Memória e Geriatria da Universidade de Araraquara (Uniara)