O papel desempenhado pelos dentistas transcende a simples manutenção da saúde bucal; sua influência estende-se ao bem-estar geral do corpo.
Gislaine Sachetti* Publicado em 06/02/2024, às 06h00
Os dentistas têm a habilidade não apenas de zelar pelos dentes, mas também de identificar condições sistêmicas, como diabetes, por meio de sintomas detectáveis na saúde bucal. No entanto, persistem muitos mitos e receios associados a esses especialistas, impedindo que a população adote uma rotina ideal de cuidados, tanto no consultório quanto em casa, muitas vezes por falta de educação sobre práticas adequadas.
De acordo com um estudo conduzido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), constatou-se que 89% dos brasileiros higienizam a boca menos de duas vezes ao dia, e apenas 53% utilizam fio dental ao escovar os dentes. Esses dados são alarmantes, especialmente considerando que cáries afetam 60% das crianças até 5 anos e aumentam para 70% aos 12 anos. Para jovens de 15 a 19 anos, esse número salta para preocupantes 90%. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que as doenças bucais afetam cerca de 3,5 bilhões de pessoas globalmente, com as cáries liderando com aproximadamente 2 bilhões de casos graves, seguida pela periodontite com cerca de 1 milhão de casos e edentulismo com 350 milhões de casos em um ano.
Esses números apresentam uma perspectiva preocupante, superando até mesmo os casos combinados das cinco principais Doenças Não Transmissíveis (DNTs): transtornos mentais, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, doenças respiratórias crônicas e câncer.
É crucial ressaltar que o que acontece na boca não se limita a esse espaço; afeta o corpo inteiro. Inúmeros estudos correlacionaram a saúde bucal com a saúde sistêmica, sublinhando a importância das visitas periódicas ao dentista dentro dos intervalos recomendados. A inovação tecnológica está agora revolucionando os tratamentos odontológicos, proporcionando opções mais eficazes e menos dolorosas para os pacientes. Um exemplo notável é o Protocolo Guided Biofilm Therapy (GBT), que elimina o medo de ir ao dentista ao minimizar desconfortos, tornando a experiência mais agradável, personalizada e, consequentemente, incentivando as visitas regulares.
Com sua abordagem minimamente invasiva, foco na prevenção e máximo conforto ao paciente, o Protocolo GBT melhora significativamente a experiência do paciente na clínica dental. A tecnologia incorporada nas oito etapas do protocolo beneficia tanto o dentista quanto o paciente, proporcionando atendimentos mais eficientes em menos tempo.
O tratamento, conhecido por oferecer o máximo conforto ao paciente, utiliza água morna, minimiza ruídos indesejados e depende menos de dispositivos manuais e ultrassônicos. A limpeza e eliminação do biofilme dental preservam os tecidos, enquanto a abordagem personalizada destaca os diferentes tipos de biofilme bucal, permitindo que o dentista eduque o paciente sobre as áreas que exigem atenção especial na higiene diária.
Reconhecer que as necessidades de saúde bucal variam de pessoa para pessoa, influenciadas por fatores como dieta, hábitos diários e condições sistêmicas, é essencial. Cada indivíduo deve assumir o protagonismo em seu próprio cuidado bucal, não apenas confiando no dentista, mas também entendendo a importância de práticas específicas para sua situação única.
Uma lacuna significativa na saúde bucal da população em geral é a falta de educação em higiene. Muitos mitos persistem em relação à saúde bucal e aos profissionais dentistas, que só podem ser desmistificados por meio de informações precisas e práticas adequadas. A educação sobre técnicas de escovação, por exemplo, é frequentemente negligenciada, apesar de ser um aspecto fundamental para a manutenção da saúde bucal.
É comum que os tecidos bucais sejam ignorados até que ocorram sintomas evidentes, como dor, inchaço ou sangramento. A boca, por vezes, é tratada de forma isolada, focando apenas nos dentes, o que é um equívoco. A prática da escovação com a escova inclinada a 45°, por exemplo, é crucial para limpar as áreas delicadas no sulco gengival, frequentemente negligenciadas. Ferramentas modernas, como escovas elétricas e interdentais, são aliadas valiosas quando usadas corretamente e orientadas por profissionais.
O Protocolo GBT, ao combinar orientação profissional e conforto durante o tratamento, motiva os pacientes a agendarem consultas regulares, contribuindo para a manutenção da saúde bucal. A tecnologia inovadora não apenas aprimora as práticas tradicionais, reduzindo o desconforto do paciente, mas também educa e redefine a importância do dentista na vida de seus pacientes.
*Por Gislaine Sachetti, Dental & Medical LATAM Marketing and Education Manager na EMS (Electro Medical System)