O abandono paterno é um desafio emocional em meio a uma transformação de vida, tanto para a gestante quanto para o bebê
Redação Publicado em 05/01/2025, às 06h00
A influenciadora e ex-participante de A Fazenda, Raissa Barbosa, compartilhou recentemente uma notícia que abalou seus seguidores e despertou debates nas redes sociais: ela está grávida. Contudo, o momento de felicidade foi abalado pela recusa do pai em assumir a paternidade, colocando-a diante de um desafio emocional significativo em um período já sensível de sua vida.
Para entender como essa situação pode afetar a saúde mental de Raissa e de outras mulheres que enfrentam desafios semelhantes, a psicóloga Anastácia Barbosa destacou alguns pontos cruciais.
A gravidez é uma fase de profundas mudanças físicas, emocionais e psicológicas. Segundo Anastácia, a ausência do pai do bebê pode trazer à tona sentimentos como rejeição, medo e tristeza, que aumentam a vulnerabilidade emocional da mulher. “É um momento em que ela precisa se sentir acolhida e segura, mas a falta de suporte pode gerar sobrecarga emocional, com risco de quadros de ansiedade, depressão ou até dificuldade de criar vínculo com a gestação”, explica a psicóloga.
Em casos como o de Raissa, é comum que o choque inicial seja seguido por um período de luto emocional, no qual a mulher precisa lidar com a quebra de expectativas e a solidão emocional.
Diante dessa realidade, Anastácia ressalta a importância de uma rede de apoio sólida. Amigos, familiares ou até grupos de mães podem oferecer suporte emocional e prático durante a gravidez. Além disso, o acompanhamento psicológico é essencial. “A terapia ajuda a elaborar as emoções e a ressignificar essa experiência, criando resiliência para enfrentar os desafios do futuro”, orienta.
Práticas de autocuidado, como meditação, exercícios leves e uma rotina saudável, também são ferramentas valiosas. Raissa, que já lidou publicamente com questões emocionais no passado, pode encontrar na sua vulnerabilidade um caminho para reforçar sua conexão consigo mesma e com o bebê.
A relação entre a mãe e o bebê começa ainda no útero. Anastácia explica que emoções intensas, como estresse ou tristeza prolongada, podem impactar indiretamente o bebê, uma vez que o corpo da mãe libera hormônios, como o cortisol, que podem alterar o ambiente intrauterino. “Por isso, cuidar do bem-estar emocional da mãe é cuidar do bem-estar do bebê”, afirma.
Com o apoio certo, é possível reverter o impacto inicial e transformar a gestação em um período de fortalecimento emocional e conexão afetiva com o bebê.
A decisão de não assumir a paternidade pode ser resultado de vários fatores, incluindo imaturidade emocional, medo das mudanças e falta de referência de um modelo paterno saudável. “Homens que rejeitam a paternidade frequentemente lidam com questões psicológicas não resolvidas ou crenças limitantes sobre seu papel na família”, analisa Anastácia.
Independentemente dos motivos, a recusa em assumir responsabilidades afeta diretamente não só a mulher, mas também a criança, reforçando a importância de conscientização e responsabilidade social sobre o tema.
Apesar do cenário desafiador, Raissa tem mostrado resiliência ao compartilhar sua jornada com o público, inspirando mulheres em situações semelhantes a buscarem apoio e fortalecerem sua autoestima. Sua decisão de falar abertamente sobre a questão também pode estimular debates importantes sobre paternidade, saúde mental e os desafios enfrentados por mães solo no Brasil.
Em um momento tão delicado, o cuidado com a saúde emocional de Raissa será essencial para que ela e seu bebê construam um futuro cheio de amor e superação.
