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Trabalho e maternidade: acolhimento das colaboradoras que têm filhos

As mulheres vivem muitos dilemas no trabalho após se tornarem mães e precisam de apoio e acolhimento

Christiane Berlinck* Publicado em 18/07/2024, às 06h00

Como conciliar trabalho e maternidade?
Como conciliar trabalho e maternidade?

Depois que passei pela maternidade, entendi o quanto ainda estamos longe de alcançar uma compreensão plena sobre o papel da mulher na sociedade, não só no âmbito empresarial, mas em todos os setores. Apesar da mão de obra feminina representar mais de 54% da força de trabalho no Brasil, segundo o IBGE, a escolha da maternidade ainda enfrenta desafios no mundo corporativo. Na maioria das famílias, a responsabilidade pelo cuidado ainda recai majoritariamente sobre as mulheres. São 2,5 milhões de brasileiras que deixam de procurar emprego para cuidar da família e da casa.

Mesmo o retorno ao mercado de trabalho após ter um filho também é um desafio. Um estudo do portal de empregos Vagas.com mostra que sete em cada dez mulheres entrevistadas já foram questionadas se eram mães ou se tinham planos para ser durante o processo seletivo. Outro estudo, realizado em 2023 pelo portal Empregos.com.br, traz um dado mais grave nesse cenário de preconceito: mais da metade das mulheres (56,4%) já foi demitida ou conhece outra mulher que foi desligada após retornar da licença-maternidade.

Os dados mostram que é preciso maior engajamento de empresas referente ao acolhimento das colaboradoras que são mães, com políticas de capacitação de lideranças e dos times referentes ao tema, além de oferecer suporte e benefícios. É preciso que as organizações e a sociedade desenvolvam, pelo menos, um olhar mais empático sobre o tema.

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Em empresas cuja diversidade e inclusão estão no DNA, as colaboradoras que estão nesse momento tão especial da vida também precisam estar no centro, com orientações e iniciativas que ajudem a promover a qualidade de vida. O auxílio-creche é um dos benefícios que auxiliam colaboradoras com filhos pequenos, ainda mais se a criança tem alguma condição específica, como autismo. No caso do Grupo OLX, após o nascimento, a mãe está elegível ao recebimento do auxílio-creche, com idade limite de 60 meses, no valor mensal de R$ 527. Para o caso de colaboradoras que cuidam de filhos com deficiência intelectual, autismo e outras condições, o benefício é de R$ 615 sem limite de idade.

Outra questão durante a maternidade é a questão da política de estabilidade, que precisa ser clara e divulgada para todas as colaboradoras. Uma dica interessante é oferecer à funcionária um guia de orientações, que traga todas as informações necessárias e deixe clara toda a assistência que a empresa pode oferecer à colaboradora, inclusive o período de estabilidade que terá ao voltar para o trabalho. Além disso, precisa esclarecer como serão mantidos os benefícios de que já dispõe, como os que oferecemos no Grupo OLX, como assistência-médica, saúde flex, vale-refeição/alimentação, auxílio-creche, previdência privada, gympass, plano odontológico, auxílio home office, seguro de vida, Sesc, empréstimo consignado e psicologia viva.

Hoje já é comum a oferta de licença maternidade, há iniciativas que incentivam a prorrogação desse período, como o Programa Empresa Cidadã, do Governo Federal, que fornece mais 60 dias para estender o afastamento. É um caminho que alinha empatia e uma preocupação com as pessoas.

O acolhimento às colaboradoras que são mães é uma preocupação em escala mundial, dentro de iniciativas focadas em promover um ambiente corporativo com diversidade, inclusão e equidade. O Pacto Global, da ONU, é um dos maiores exemplos desse tipo de programa. As empresas que aderem a ele se comprometem a atingir a meta de 30% de mulheres em cargos de alta liderança até 2025 e até 30% para 2030. Temos orgulho de fazermos parte desse compromisso. Atualmente contamos com 32% de mulheres como líderes entre nossos colaboradores.

Países com políticas públicas mais igualitárias entre homens e mulheres, incluindo licenças parentais compartilhadas, tendem a ter uma igualdade de gênero mais forte no ambiente corporativo e econômico. No entanto, essa é uma questão complexa e que ainda precisa ser enfrentada de forma mais inclusiva e eficaz.

*Christiane Berlinck é Vice-Presidente de Recursos Humanos do Grupo OLX