Transtorno alimentar afeta 10 milhões de pessoas no Brasil

Especialista alerta para diferentes tipos de transtorno alimentar e como tratar

Redação Publicado em 07/03/2024, às 06h00

Conheça os diferentes tipos de transtorno alimentar -

Segundo uma pesquisa realizada na Espanha, cerca de uma em cada cinco crianças entre 6 e 18 anos apresenta algum tipo de desordem alimentar que, se não tratada corretamente, pode se tornar um transtorno alimentar, como anorexia, bulimia e compulsão alimentar. O mesmo estudo demonstrou que esse comportamento costuma ser mais comum entre as meninas — cerca de 30% delas apresentam a desordem, enquanto isso, o número cai para 17% quando falamos dos meninos.

No Brasil, os dados também são alarmantes, cerca de 10 milhões de pessoas apresentam algum tipo de transtorno alimentar. A nutricionista Camila Vasconcelos, comenta que os transtornos podem ser originados a partir de diferentes fatores e o tratamento para eles requer um cuidado específico para cada paciente.

A especialista alerta também que a compulsão alimentar é o transtorno alimentar mais comum no Brasil. “Os transtornos alimentares podem ser classificados por meio de duas categorias: aquelas relacionadas à imagem corporal e as não relacionadas à imagem corporal. O transtorno alimentar vai ser uma forma de o indivíduo tentar modificar essa imagem corporal e esse peso”.

O transtorno alimentar é marcado pelos comportamentos alimentares temerários. Ou a pessoa deixa de comer, por estar complexada em relação ao seu peso, ou acaba ingerindo muitos alimentos por conta de um descontrole emocional. Sendo assim, a questão emocional é muito presente no distúrbio. Normalmente, essa instabilidade decorre de traumas desenvolvidos na adolescência, mas é possível que se apresente em outras idades.

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Tipos de transtornos:

Anorexia nervosa

A anorexia nervosa é manifesta pelo medo compulsivo de ganhar peso, então, a pessoa se recusa a comer. Basicamente, o enfermo distorce a sua própria imagem e se enxerga muito acima do peso. Mas na verdade, essas pessoas estão anoréxicas e doentes.

Bulimia nervosa

Outro tipo conhecido é a bulimia nervosa. Nesse caso, o doente come de forma desordenada por uma compulsão alimentar. Logo após a ingestão, tem atitudes para compensar, tais como provocar vômitos, exercitar-se em excesso ou usar laxantes com frequência.

Transtorno de compulsão alimentar periódica

Existe, também, o transtorno de compulsão alimentar periódica, que se qualifica pelo consumo desmoderado de alimentos. Diferentemente do que ocorre na bulimia, o paciente não tem comportamentos compensatórios. Por essa razão, tem um aumento de peso considerável e pode ficar obeso.

Tratamento:

A nutricionista explica que o tratamento é feito por uma investigação realizada individualmente. Varia de acordo com a gravidade do caso e com o histórico clínico do paciente. Normalmente, é realizado de forma multidisciplinar. Psicólogos, psiquiatras e nutricionistas precisam estar nessa rede de tratamento.

“A parte psicológica tem que ser trabalhada para que os hábitos alimentares sejam reeducados. Os profissionais da saúde mental ajudam o paciente a ressignificar a sua relação com o próprio corpo e colocar a mente em ordem. Já nós iremos auxiliar na qualidade e na quantidade da alimentação, ajudando a controlar as compulsões. É uma verdadeira superação vencer o transtorno alimentar, pois envolve a análise de uma série de fatores que desencadeiam o problema”, explica Camila.

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