Quedas na velhice: 40% dos idosos com 80 anos ou mais sofrem com o problema

A geriatra especialista em cuidados paliativos Dra. Maria Carolyna Fonseca Batista Arbex indica formas de prevenção de quedas na velhice

Redação Publicado em 11/11/2022, às 06h00

O risco de quedas aumenta na velhice -

As quedas são situações muito presentes em dois momentos da vida do ser humano, quando ainda está aprendendo a caminhar e durante a velhice. No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, estima-se que 40% dos idosos com 80 anos ou mais sofram quedas todos os anos.

A geriatra especialista em cuidados paliativos Dra. Maria Carolyna Fonseca Batista Arbex explica que, com o passar da idade, perde-se gradativamente o controle neurossensorial – o equilíbrio, adquirido durante o crescimento. “Ocorre ainda um atraso da conexão cerebral com o músculo (controle neuromuscular) e uma diminuição da visão e audição, fatores que também provocam mais quedas.”

O Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil) mostra que os fatores associados às quedas são multidimensionais e mais comuns entre o público feminino, com faixa etária igual ou superior a 75 anos. Os principais motivos são: medo de cair devido a possíveis irregularidades ou buracos pelo caminho; medo de atravessar a rua; e também a somatória de enfermidades agravantes à saúde, como doenças osteoarticulares, musculares, diabetes, depressão e instabilidade postural.

Veja também

Arbex alerta que a queda durante a terceira idade é sempre mais perigosa, pois possíveis perdas de massa óssea facilitam as fraturas. Diferente dos jovens, a queda dos idosos gera com muito mais frequência perda da funcionalidade; necessidade do uso de órteses, como bengala e andador; e, em casos mais extremos, pode levar o paciente a ficar acamado, o que pode levar a outras intercorrências como tromboembolismo venoso, escaras e infecções.

“Dessa forma, o ideal é evitar os quadros de queda por meio da prevenção com ferramentas que auxiliam a segurança do idoso. Alguns exemplos são as atividades de fortalecimento muscular, como musculação, pilates ou exercícios na água; uso de calçados adequados no dia a dia, e a adaptação da casa, com instalação de pisos aderentes e barras de apoio”, explica a geriatra.

O acompanhamento junto a um geriatra também é crucial, pois garante que exames físicos sejam realizados de forma periódica a fim de entender como anda o funcionamento do corpo do paciente. “Uma alimentação saudável, um olhar mais atento aos aspectos emocionais e a adequada administração de possíveis medicamentos também são fatores que sempre devem ser monitorados por um profissional especializado”, indica Dra. Maria Carolyna.

velhice quedas envelhecimento

Leia mais

Projeto aprovado pelo Senado obriga planos de saúde a cobrirem tratamentos fora do rol da ANS


Saúde mental das mães e dos filhos: menos muros, mais janelas


Gravidez tardia exige saúde em dia e planejamento para evitar riscos


Nós, o diabetes e os ultraprocessados


Felicidade em meio a este mundo de stress e ansiedade