O cirurgião Diogo Balestra explica como são feitos estes procedimentos de cirurgias bariátricas e alerta para os riscos da obesidade
Redação Publicado em 15/10/2022, às 06h00
Nos últimos anos, crises de ansiedade, compulsão alimentar e sedentarismo foram alguns dos principais maus hábitos conhecidamente adquiridos pela população brasileira. Dados divulgados pela revista científica BMJ Global Health ainda projetam que o percentual de pessoas obesas ou com sobrepeso no Brasil deverá chegar a 88,1% em 2060. Dessa forma, o Instituto Sallet apontou um salto de 22% na busca por procedimentos bariátricos no primeiro semestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano passado.
Para o cirurgião bariátrico Dr. Diogo Balestra, a procura por cuidados com a saúde por meio de cirurgias bariátricas, reconhecidas como “padrão ouro de eficiência” pela medicina, ganhou ainda mais importância após a pandemia. “As medidas protetivas de isolamento são parcialmente responsáveis pelo desenvolvimento dos maus hábitos que desencadeiam um processo descontrolado de ganho de peso. Após o controle dos casos de coronavírus, muitas pessoas têm buscado corrigir esses problemas.”
O especialista aponta duas técnicas bariátricas “padrão ouro de eficiência” recomendadas para o controle da obesidade. O bypass gástrico, também conhecido como gastroplastia com derivação intestinal; e o sleeve gástrico ou gastrectomia vertical. “Estes dois procedimentos são indicados para pacientes que apresentam índices de obesidade severa, com índice de massa corporal (IMC) superior a 40 kg/m² ou algum grau de obesidade (IMC acima de 35 km/m²) e possuem doenças metabólicas associadas e precisam perder peso por questões de saúde”.
Balestra explica ainda que o bypass gástrico é uma técnica de alta complexidade que consiste na construção de um novo e pequeno reservatório gástrico de cerca de 50ml e desvio intestinal, o que diminui a absorção de nutrientes, sendo portanto uma cirurgia mista, restritiva e disabsortiva.
Já o sleeve gástrico retira aproximadamente 80% do estômago, reconstruindo um novo órgão no formato de um tubo fino e do grampeamento da área restante. “Ambas as cirurgias diminuem a capacidade de armazenamento gástrico e induzem uma saciedade precoce, o que contribui para o sucesso dos tratamentos de emagrecimento”, afirma o especialista.
A escolha do procedimento se dará após uma série de avaliações e exames específicos realizados por uma equipe transdisciplinar formada por médicos, nutricionistas e psicólogos. “O sobrepeso e a obesidade são problemas que precisam ser tratados, pois implicam em condições que vão além de fatores estéticos, resultando em diabetes, hipertensão e diversas outras doenças, que levam a gastos incalculáveis com saúde ao longo da vida.”
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