A médica radiologista Dra. And Yara Gelmini explica como o tratamento da menopausa é aplicado
Redação* Publicado em 20/09/2023, às 06h00
O estudo The Women’s Health Initiative (WHI), publicado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, relatou que a terapia hormonal continua sendo o tratamento mais eficaz contra os diversos sintomas apresentados durante o período da menopausa. Posicionamento que também foi reforçado pela North American Menopause Society (NAMS) no final do ano passado.
Segundo a médica radiologista, pós-graduada em Nutrologia e medicina funcional integrativa, Dra. And Yara Gelmini, essas manifestações que podem variar desde sintomas neurológicos como depressão, irritabilidade e ansiedade, até os calorões “fogacho” ou mesmo dores articulares, surgem em mais de 60% das mulheres, portanto, é de extrema importância e necessidade que haja a confirmação de intervenções solidificadas e eficientes para a promoção da saúde feminina.
A gama de efeitos da terapia de reposição hormonal é diversa, indo desde o tratamento dos sintomas neurológicos, até sintomas comuns do cotidiano como a sudorese excessiva, fogacho e queda do desejo sexual, sem contar na prevenção da osteoporose (perda da massa óssea) “Todas as condições prejudicam a qualidade de vida e a rotina das pessoas, portanto, não devem ser negligenciadas e precisam ser ajustadas, afinal, as mulheres irão passar 1/3 da vida na menopausa”, diz Dra. And Yara.
A médica também explica que a terapia busca repor essencialmente dois hormônios que a mulher deixa de produzir ao entrar na menopausa: o estrogênio e a testosterona. A reposição pode ser feita atualmente com os hormônios isomoleculares, que são hormônios idênticos aos produzidos pelo nosso corpo, não gerando incompatibilidade de moléculas e ajudando na prevenção de doenças crônicas.
Diante desse cenário, a especialista destaca que, embora cada caso precise ser analisado individualmente, é muito importante que – exceto quando houver contraindicações – o tratamento seja sempre realizado, devendo ser iniciado assim que os sintomas aparecerem.
“Hoje, vejo muitas mulheres com 40 anos ou mais usando ansiolíticos e antidepressivos sem mesmo investigar o eixo hormonal. Os neurônios expressam receptores hormonais, logo, precisamos investir em exames e escutar as queixas clínicas de cada paciente antes de entrar com medicamentos psicotrópicos, pois pode se tratar de desequilíbrios hormonais, ou até uma menopausa precoce, mesmo sem os calorões. Tabagismo, comorbidades e histórico familiar também influenciam na prescrição dos recursos terapêuticos”, explica Dra. And Yara.
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