O pneumologista Dr. Flávio Arbex explica como a trombose pode ser desencadeada e alerta para os riscos da embolia pulmonar
Redação Publicado em 16/09/2022, às 06h00
Instituído pela Lei nº 12.629/2012, o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose tem como objetivo conscientizar a população sobre os riscos da doença, além de reduzir o número de casos não diagnosticados, incrementar medidas de prevenção e incentivar a criação de estratégias de saúde que garantam um tratamento adequado. De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), o problema atinge 180 mil pessoas por ano no Brasil – aproximadamente duas a cada mil pessoas, segundo o Ministério da Saúde.
O pneumologista Dr. Flávio Arbex explica que a Trombose é uma doença causada pela coagulação do sangue no interior dos vasos sanguíneos que levam o sangue de volta ao coração – em um local ou momento não adequados.
A coagulação é um mecanismo de defesa do organismo, que geralmente ocorre como uma resposta física normal a situação específica. Na maioria dos casos afeta as veias dos membros inferiores, provocando sintomas desconfortáveis como inchação e dor.”
Entre os principais fatores de risco para o problema, o especialista destaca determinadas condições que alguns pacientes já possuem, como a presença de insuficiência cardíaca, tumores malignos, obesidade, história prévia de trombose venosa ou até mesmo de varizes, além do uso de anticoncepcionais ou tratamento hormonal, e o tabagismo.
“Outros fatores que também podem desencadear a doença são a fase final da gestação e o puerpério, quando a mulher se vê obrigada a uma imobilização prolongada, cirurgias de médio e grande porte, infecções graves e traumatismo.”
Arbex ressalta que independentemente de como a doença se apresentar, uma das consequências mais graves do problema é quando o coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia. “Trata-se de uma complicação potencialmente fatal da trombose.”
Se o coágulo chegar aos pulmões e ficar preso nos pequenos vasos sanguíneos pulmonares, recebe ainda o nome de embolia pulmonar (EP). “Esta reação é provavelmente a mais grave das respostas à embolia, já que em aproximadamente 30% dos casos, o primeiro sinal de que o trombo se movimentou para os pulmões é a morte”, alerta o pneumologista.
Isso ocorre, pois um coágulo de sangue pode se dividir em vários êmbolos ao mesmo tempo, consequentemente bloqueando simultaneamente muitos vasos sanguíneos pulmonares. Quando a circulação pulmonar é repentinamente bloqueada, o coração se vê obrigado a trabalhar mais, porém, seu funcionamento se vê afetado devido ao desencadeamento do problema no organismo. “Dessa forma, o coração ainda recebe estimulação elétrica, mas não bate.”
Arbex também alerta que os trombos podem chegar às veias do cérebro, hemorroidas ou ao sistema renal. Em situações como essa, a trombose pode até não levar a morte, mas pode desencadear graves sintomas que sempre deixam sequelas.
Pequenos cuidados podem auxiliar na prevenção contra a trombose, seja em um momento pós-cirurgia ou mesmo no cotidiano. Arbex orienta que todas as pessoas se mantenham em constante movimento, realizando atividades físicas regulares, além de uma alimentação balanceada e sem deixar de lado a ingestão de bastante líquido. “Não fumar, manter um peso ideal e utilizar meias de compressão também são algumas medidas eficientes.”
Outra situação que provoca um risco elevado de desenvolver trombose venosa são as longas viagens de avião. Devido a impossibilidade de andar ou movimentar as pernas, somada a uma possível desidratação, o sangue pode coagular dentro da veia da perna.
Portanto, é crucial que durante voos com mais de 6 horas de duração, as pessoas usem roupas largas e confortáveis, se levantem e andem pelos corredores, bebam bastante líquido (e evitem o excesso de álcool) e, se necessário, utilizem meias de compressão durante o trajeto”, diz Dr. Flávio.
Já os tratamentos costumam incluir a prescrição de medicamentos anticoagulantes e, nos casos mais graves, a cirurgia, que deve ser realizada o mais rápido possível a fim de evitar complicações como a embolia pulmonar. Embora se trate de uma doença que possui cura, o risco de haver um novo episódio após o tratamento ainda é alto, logo, existe a possibilidade de as recomendações médicas precisarem ser seguidas por um longo período.
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