Junho Violeta: Médica explica importância de sensibilizar a sociedade sobre a dignidade da pessoa idosa
Redação* Publicado em 03/06/2024, às 06h00
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil já ultrapassa em 30 milhões o número de pessoas acima dos 60 anos de idade. A expectativa é que, a partir de 2039, o país tenha mais pessoas idosas do que crianças na sua configuração populacional. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que até 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos no Brasil vai triplicar, ocupando o posto de sexto país com a população mais idosa do planeta.
Com o aumento da quantidade de pessoas com mais de 60 anos há uma demanda maior de atenção a esse grupo e a campanha Junho Violeta visa justamente sensibilizar a sociedade sobre a promoção e defesa da dignidade da pessoa idosa.
A médica da família, Marina Manfrim comenta que quando pensamos nesse tema, logo vem à mente a questão da violência física, mas é importante lembrar que o que temos de mais grave quando relacionado ao idoso é a negligência. São eles:
Violência física
Caracterizado pelos abusos por meio de força física, mesmo quando não apresentam lesões ou traumas. Nessa classificação se enquadra toda ação de força contra o idoso, como empurrões, beliscões, tapas e demais agressões.
Violência financeira ou econômica
São os casos de familiares ou cuidadores que se apropriam da aposentadoria do idoso para uso diário desnecessários ou até usam de oportunidades para realizarem empréstimos no nome do idoso. É fazer uso de algo que não é seu em benefício próprio.
Violência psíquica
Um pouco mais velada na sociedade, mas existente, a violência psíquica ocorre quando o idoso, apesar de estar bem e ativo, sofre um apelo psíquico da família para que ele não faça atividades que seria perfeitamente capaz de executar. Esse efeito acarreta transtornos de humor do tipo depressão, ansiedade e até tentativa de suicídio.
Negligência
A negligência é a mais recorrente e pode ocorrer por meio daquela família que não leva o idoso a um acompanhamento médico de rotina, ou ainda que deixa o deixa muitas vezes sujo sem higiene adequada, isolado em algum cômodo da casa, principalmente quando se tem algum quadro de confusão mental ou demência, como o Alzheimer. A falta de alimentação ideal para a terceira idade e a ausência de atenção aos que já são acamados, com feridas e úlceras de pressão, muitas vezes abandonados, também se caracteriza nesse ponto.
“Hematomas na pele, ferimentos inexplicados, sinais de desnutrição, roupas sujas ou aparente descuido, sinais de sonolência e alterações repentinas de comportamento podem ser fatores sinalizadores de violência. Precisamos estar sempre atentos. Ao observar sinais de violência no tratamento a um idoso, é preciso procurar ajuda”, finaliza a médica.
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