Mãe, desperte seu amor-próprio e leve seu melhor ao mundo

Nesse artigo, Heloísa Capelas ressalta a importância do amor-próprio e do autoconhecimento no cuidado com os filhos

Heloísa Capelas* Publicado em 16/05/2023, às 10h00

O autoconhecimento impacta diretamente na relação daqueles a sua volta -

Mãe, o quanto você tem olhado para si, neste momento? Em um mundo cada vez mais dinâmico, repleto de informações e facilidades trazidas pelas tecnologias, a criação dos filhos tem sido um grande desafio para muitas mães. Apesar das inovações permitirem otimizar muitas tarefas, facilitar e conciliar o dia a dia de trabalho, e oferecer mais opções de entretenimento e conexão, diversos são os questionamentos que acompanham muitas mulheres sobre o tempo de qualidade dedicado aos filhos, se estão suprindo suas necessidades de amor, atenção e educação, ou se conectando com o que realmente importa. 

O pensamento em geral se foca em: será que meus filhos se sentem amados, acolhidos e felizes? E se algo sai do trilho vem a autocobrança, autocrítica e, por vezes, até a autopunição. É essencial que reflitamos sobre o quanto as atenções têm estado apenas para o que está do lado de fora. Essas preocupações têm sim sua real e essencial importância, o que chamo a atenção é que para levar o seu melhor aos filhos, é fundamental acessar o seu melhor em si, ou seja, o seu amor-próprio.

 

Autoamor: um resultado do autoconhecimento

Autoamor não significa ver o mundo com o “óculos cor de rosa”, ou seja, ignorar que situações difíceis existam, nem tampouco se tornar uma pessoa egoísta; menciono isso porque ainda há interpretações errôneas a respeito. Amor-próprio é aprender a olhar e cuidar de si, reconhecendo também suas dificuldades e falhas, mas não para se chicotear, e sim para fazer mudanças, buscando ser melhor a cada dia. É um caminho constante e, acima de tudo, é trazer as coisas boas que já existem em você para colocar em movimento na sua vida.

E como é que se aprende a se amar? É sempre com autoconhecimento. O primeiro passo é: interesse-se por você, seja curiosa sobre si. É quando você passa a se (re)conhecer e, nesse caminho, a se cuidar mais – de suas emoções, de sua mente, seu corpo e seu espírito, de forma muito mais saudável. E isso não tem a ver necessariamente com a quantidade de tempo que você dispõe para si mesma, é como você o usa.

 

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Assim como se alimenta para sobreviver, reflita sobre o que te preenche emocionalmente. O que te motiva? Como alimenta suas relações? E sua mente? Todos desejamos receber amor, respeito e consideração, mas o quanto você tem feito isso por si? 

Tudo aquilo que você deseja que venha de fora, é necessário aprender a fazer primeiro por si. Treine se elogiar, perdoar, reconhecer, abraçar, acolher. Novamente, tenha interesse e curiosidade por si. Nesse autocontato maior, você percebe com mais clareza seus limites, o que a motiva e satisfaz. Os pontos negativos existirão, lembra? Mas para aprender a lidar com eles e não se afundar em lamentações ou focar nas negatividades. 

Importante ressaltar que o autoamor não significa ignorar ou passar por cima de quem está ao seu lado, muito pelo contrário, no trajeto do autoconhecimento você se preenche do seu melhor para colocá-lo em prática e levá-lo a quem está à sua volta. 

Você impacta 

Tudo aquilo que faz parte de você é levado, dado ao outro, sem que você perceba. Então, quando você é primeiro amorosa dentro de si, gera estímulo para quem está do lado de fora, especial e principalmente os seus filhos. É por isso que você impacta positivamente as relações e elas ganham em qualidade. 

As crianças aprendem por cópia e repetição, por isso, ao desenvolver o autoamor passamos a atuar em duas frentes: ensinamos nossos filhos que o amor-próprio é o melhor caminho para as relações saudáveis; e o aprendizado do autoconhecimento se estende, pois da mesma forma que você aprende a olhar e cuidar de si, passa a se aprofundar para saber “quem são essas crianças de fato?”. E acredite, mostrar-se curiosa sobre seus filhos, é uma das melhores formas de demonstrar carinho e atenção.

Eu desejo que você mergulhe em seu autoconhecimento e todo dia possa aprender a se amar um pouco mais.

 

*Heloísa Capelas, especialista em autoconhecimento e inteligência emocional, e autora dos livros “Mapa da Felicidade”, “Perdão, a Revolução que Falta” e “Inovação Emocional” 

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