As organizações firmaram um Acordo de Cooperação Técnica para qualificar o atendimento feito por 400 profissionais da Central de Atendimento à Mulher
Marjana Borges Antunes* Publicado em 14/05/2024, às 22h47
Diariamente, meninas e mulheres enfrentam violência em todo o mundo. Só em 2022, foram quase 51 mil mulheres que sofreram violência no Brasil. Faz parte do compromisso da Serenas qualificar os serviços de atendimento de meninas e mulheres em situação de violência, promovendo um acolhimento humanizado e efetivo. Com base em nossas experiências e nas evidências, compreendemos que não é necessário reinventar a roda; devemos aprimorar os serviços existentes, em parceria com políticas públicas, de forma a causar impacto em escala.
Instruir sobre o acolhimento humanizado é fundamental para que as vítimas se compreendam como sobreviventes e não responsáveis pela violência sofrida, além de se fortalecerem para seguirem com o processo de denúncia e saída de ciclos de violência.
A Central de Atendimento à Mulher, conhecida como Ligue 180, é um serviço essencial para combater a violência contra a mulher. Em 2023, o canal recebeu 1.558 ligações por dia, totalizando mais de 560 mil ligações no ano. No mesmo ano, o governo federal lançou Plano de Prevenção e Combate à Violência contra a Mulher, envolvendo a articulação entre 9 Ministérios. Entre as 73 medidas instituídas está o objetivo de qualificar o atendimento da Central 180.
O Acordo de Cooperação Técnica assinado pela Ministra Cida Gonçalves e pela Co-fundadora e Diretora Executiva da Serenas, Amanda Sadalla, é um primeiro passo nessa direção. Nele, as organizações se comprometem a promover formações e disponibilizar materiais físicos e midiáticos sobre temas como Raízes e Impactos das Violências de Gênero, Interseccionalidades, Legislações e Tipos de Violências , Acolhimento Humanizado e Autocuidado de quem oferece o atendimento. Tudo isso levando em consideração as necessidades das mulheres em situação de violência, sem esquecer o ponto de vista das pessoas que realizam esse acolhimento diariamente, especialmente no que diz respeito à saúde mental das e dos profissionais.
"A parceria entre o Ministério das Mulheres e a Serenas é uma conquista para as profissionais e as usuárias do Ligue 180. Nossa equipe de atendentes vai receber formação para o acolhimento humanizado e as mulheres que recorrerem ao serviço terão a certeza da escuta qualificada sem o constrangimento da revitimização, além da melhoria do fluxo para os serviços da Rede de Atendimento à Mulher."
Ellen dos Santos Costa, Coordenadora-Geral da Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180
Chamada pelo Acolhimento é uma iniciativa da Serenas e Ministério das Mulheres, em colaboração com o Mapa do Acolhimento e com financiamento da Embaixada Britânica. O objetivo é qualificar o atendimento do Ligue 180 por meio de formações didáticas, rápidas e especialmente eficazes. Além disso, serão disponibilizados conteúdos educativos e formativos para todos os agentes públicos brasileiros que atendem mulheres em situação de violência.
Quer saber mais sobre o acolhimento humanizado e a parceria entre Serenas e Ministério das Mulheres? Participe do lançamento no Webinário Chamada Pelo Acolhimento, dia 15 de maio, às 15h. Clique aqui para assistir.
A Serenas trabalha para tirar diretrizes e leis do papel e torná-las realidade, através de políticas e programas que impactem em escala. Um atendimento bem feito pode salvar a vida de uma mulher em situação de violência.
Nosso trabalho é possível graças ao apoio de pessoas como você. Se se sensibilizou com nossa causa e quer fazer parte dela, que tal nos dar uma mãozinha? Toda contribuição faz a diferença!
*Marjana Borges Antunes, Coordenadora de Comunicação da Serenas, e Amanda Sadalla, Diretora Executiva e Co-fundadora da Serenas.
Segundo dados, equidade de gênero será alcançada em 131 anos
Para marcar posição em uma sociedade machista, mulheres assumem mais responsabilidades no trabalho
Um novo tempo no Ministério Público de SP
O brilho das mulheres no SXSW 2024
Psicóloga revela as marcas invisíveis da violência contra a mulher no Brasil